Chuva alaga ao menos 10 vias e causa transtornos no trânsito nesta quarta (21)

Atenção, motoristas! Tempo deve permanecer chuvoso durante toda semana em Salvador

Publicado em 21 de março de 2018 às 09:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: Juan Torres/ CORREIO

O Outono bateu na porta nesta terça-feira (20) e com ele vieram as chuvas, comuns neste período do ano. Em Salvador, nesta quarta-feira (21), o dia amanheceu com muita chuva, o que provocou alagamentos em pelo menos 10 vias da cidade - como rua Oswaldo Cruz (Rio Vermelho) e avenidas Anitta Garibaldi, Cardeal da Silva (Federação) e Lafayete Coutinho (Comércio). Motoristas encontraram trechos completamente alagados nas vias - onde a equipe do CORREIO também flagrou carros e ônibus quebrados. 

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Segundo a Transalvador, pontos de alagamento deixaram o trânsito congestionado ainda na Avenida Adhemar de Barros (Ondina), sentido orla, em frente a Ufba; Rua da Paciência (Rio Vermelho), sentido Amaralina; Avenida Centenário, sentido Barra, próximo ao Viaduto dos Reis Católicos; Avenida Juracy Magalhães Jr., sentido Lucaia, antes do Cidade Jardim; Avenida Heitor Dias, sentido Rótula do Abacaxi; Rua Cônego Pereira, sentido Sete Portas; Avenida Bonocô, sentido Av. ACM, próximo a Cresauto; no Cruzamento da Rua Ponciano de Oliveira com a Avenida Garibaldi, sentido Centro.

As chuvas não devem permanecer durante todo o dia e, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vão aparecer durante toda a semana de forma pontual. Nesta quarta, deve ocorrer durante todo o dia pancadas de chuvas mas com a aberturas de sol. A temperatura deve variar entre 24°C e 36°C.

A meteorologista do Inmet Cláudia Valéria explica que os próximos meses, abril, maio e junho são os mais chuvosos na capital baiana. Os dias durante esses meses devem ser com pancadas de chuvas intercaladas com aberturas de sol.

"Os próximos meses são os mais chuvosos, mas essas chuvas não são frequente. O tempo deve ficar variando, sempre tendo aberturas de sol", explica. A média pulviométrica do mês de março é de 151 mm. Até agora, segundo a meteorologista choveu 97 mm. 

Chuva surpresa A dona de casa Marta Rocha, 48 anos, foi surpreendida pela chuva ao sair de uma laboratório na região da Calçada. "Estava aqui fazendo um exame de sangue, ainda bem que deu tempo de chegar numa boa, porque a chuva às vezes causa um engarrafamento enorme. Pelo que vejo, até que está tranquilo. Não trouxe guarda-chuva hoje, logo hoje, eu geralmente saio com um na bolsa porque Salvador do nada vira a fita", completou, ao risos, a dona de casa. Marta, que mora na Liberdade, disse que pediu ajuda ao marido. "Até que não está tão forte, mas pedi pra ele vir me buscar". Segundo vendedores ambulantes do Largo da Calçada, a chuva não veio "com força" na região. "Aqui é uma área que realmente costuma alagar com qualquer chuvinha, ainda bem que hoje foi tranquilo. Porque até pra gente trabalhar é ruim", disse avendedora de frutas Maria Caetano Silva, 33.

Colega de trabalho, o também vendedor Jorge Costa, 30, afirmou que o trânsito costuma ficar complicado na região quando a chuva é forte. "Isso aqui vira um inferno, loucura danada, mas a gente já está acostumado a trabalhar ilhado", brincou o ambulante. O pedreiro Osvaldo Lima de Santana, 52, trabalha em uma obra na região do Rio Vermelho e disse que, ao sair do serviço, se assustou com a quantidade  de chuva. O pedreiro, que mora  o bairro da Engomadeira, pedala todos os dias até a obra."Como vou e volto de bicicleta, precisei esperar mais ou menos una hora até a chuva passar. Ainda bem que eu estava indo pra casa, se eu tivesse indo pro trabalho ia me atrasar", contou ele, acrescentando que se assustou com a quantidade de chuva.Segundo Osvaldo, que é  natural de Alagoinhas e mora em Salvador há 30 anos, os soteropolitanos já  deveriam estar acostumados com a instabilidade no tempo. "Ainda mais que o verão acabou. Faz esse calor assim, a gente já sabe: a cana vai cair", brinca.

O mar Os pescadores da aldeia do Rio Vermelho também  repercutiram o aguaceiro. "Foi água demais mesmo. Choveu muito, mas a gente já  sabia. O mar avisou logo cedo", disse o pescador Fernando Gurruti, 65. Segundo ele, entretanto, isso não  impediu a entrada dos pescadores no mar."Chuva não  assusta pescador que é pescador. O que assusta pescador é  temporal. O mar, quando à noite e logo cedinho fica muito em movimento já  dá  pra imaginar que vai chover. Fora o calor", explica Fernando, que hoje pescou apenas piranenas."Elas [piranemas] eu vou usar como isca porque pescar, mesmo, eu vou amanhã", comentou ele, que há  30 anos trabalha na aldeia. Diferente de Fernando, teve gente que evitou entrar no mar durante o dilúvio.  "Ele entra porque é  gaiato demais pro meu gosto. Eu não  entro com chuva, com temporal, só  entro com o sol rachando a testa", disse o pescador  Cláudio Almeida, 70, em referência ao companheiro. Pescador há 40 anos, ele disse que não  é  recomendável entrar no mar com chuva.  "Claro que atrapalha e é perigoso.  A chuva deixa o mar revolto e o mar é um amigo que merece atenção", completa.

Ocorrências De acordo com assessoria da Defesa Civil (Codesal) o órgão recebeu 20 solicitações até 10h. Entre elas, um deslizamento no bairro Tancredo Neves e cinco ameaças de deslizamentos. Não há registro de feridos. A Codesal permanece com o plantão 24 horas atendendo às solicitações pelo telefone gratuito 199​.​​

Segundo o diretor do órgão, Sosthenes Macedo, 15 engenheiros estão espalhados pelos bairros de Salvador fazendo vistorias e atendendo as solicitações. "Estamos durante toda a manhã visitando os bairros para verificar e atender as solicitações. Estamos intensificando os nossos trabalhos, sobretudo porque estamos durante a Operação Chuva. Trabalhamos com outros órgãos, limpando as encostas e colocando lonas de proteção, caso seja necessário", explicou o diretor.