Chuva da tarde não atrapalhou comemoração do Dia do Trabalhador

Comerciários foram comemorar mais uma vez no Sesc Piatã acompanhados de muito samba e cerveja.

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  • Carol Aquino

Publicado em 1 de maio de 2017 às 16:08

- Atualizado há um ano

Para a alegria não tem tempo ruim. Foi o que ficou provado neste primeiro de maio. Na segunda-feira com cara de feriado, os comerciários cumpriram a tradição e foram comemorar o dia do trabalhador no Sesc Piatã. Com muita cerveja gelada e churrasquinho, mais uma vez os associados à Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-Bahia) fizeram a festa.  Crianças aproveitaram a piscina do Sesc Itapuã antes e depois da chuva (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO)Mesmo debaixo de uma chuva forte que começou a cair no início da tarde, muita gente não arredou o pé do clube. Tomando cerveja de canudinho, Francisca dos Santos, 57, achou um cantinho para ficar e mostrou que tinha samba no pé.  Toda essa alegria tinha um bom motivo, além do feriado. “Eu tô me sentindo muito feliz. Consegui um emprego depois de um ano e meio procurando”, disse a comerciária. Outra turma que tinha motivos em dose dupla para comemorar era a de torcedores do Bahia. Depois do dois a zero do domingo, não faltou quem exibisse a camisa do tricolor. Junto com outros dois colegas de torcida, Vanilton Pinheiro, 36 anos, não se intimidou com a chuva forte que caía e dançou ao ar livre ao som de partido alto. “Sabe o que é essa chuva? São as lágrimas dos torcedores do Vitória”, brincava ele, ensopado, que já tinha batido o baba mais cedo. 

Apesar de o Dia do Trabalhador ter vários motivos para ser lembrado e simbolizar a luta por condições dignas de trabalho, a turma que estava no Sesc parecia que não estava se preocupando muito com isso e estava mais a fim de curtir o feriado. Além das apresentações das bandas Katulê, Release e Bicho de Cana, várias outras atividades foram disponibilizadas para as mais de 2.500 crianças e adultos que foram até o clube. Oficina de brinquedos, apresentação do grupo de humor da Companhia Cia + Comunidade e sessões de massoterapia garantiram a alegria de quem estava por lá. Uma das programações especiais foi o escovódromo, que ensinou as crianças a como cuidar dos dentes corretamente. Depois de participar dessa lição, Stephanie Vitória, 10 anos, caiu na piscina e teve que ser “arrastada” para fora pela mãe na hora que o tempo fechou.“Aqui é que nem peixe, se deixar fica o dia todo na água”, conta a mãe, Ana Márcia Bonfim, 36. Acompanhada de uma cerveja gelada, ela agradecia pela chuva e falava da importância de aproveitar cada momento da vida. “Pelo menos, a gente pode estar aqui aproveitando. Quanta gente está doente, em hospitais. E sem falar que em qualquer momento a vida pode acabar”, refletiu. A mesma filosofia de vida é adotada por Hamilton Filho, 44 anos, que disse não ia embora por causa da chuva. “Hoje o dia é nosso, a gente não pode ir embora assim. A gente trabalha o ano todo, tem que tirar um dia para curtir e fazer o que a gente gosta. Só saio daqui no lixo, sou “Sesqueiro”, contou. Como o clima não estava ajudando, o salão de jogos no Sesc foi disputado. Era gente jogando sinuca, dama, pingue-pongue e o velho e bom carteado. Desde o início da manhã, Edivando Reis, 61 anos, estava sentado à mesa jogando buraco com a turma que é sua companheira habitual de partida.“Nos conhecemos aqui. Eu sempre estou no Sesc, já arranjei namorada, já casei, separei”, conta ele.  Há 37 anos ele faz questão de bater ponto no clube no dia de Primeiro de Maio. “O trabalhador é sofrido, é carente, a gente não pode deixar de aproveitar quando tem a oportunidade”, disse.