Cidade mais pobre do país fica na Bahia; veja top 10 dos mais ricos e pobres

Novo Triunfo é última colocada em PIB per capita, segundo o IBGE

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  • Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/IBahia.com

Ficou na Bahia, mais especificamente no Nordeste do estado, o título de cidade mais pobre do Brasil. A ‘conquista’ é de um município que, ironicamente, se chama Novo Triunfo. De acordo com a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2015, divulgada nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade do semiárido baiano gerou apenas R$ 3.369,79 de riqueza por habitante. Para efeito de comparação, o PIB per capita brasileiro (ou seja, a média nacional) naquele ano foi de R$ 29,3 mil. 

O primeiro colocado é o município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, que registrou, em 2015, R$ 513.134,20 de riqueza por morador. Em segundo lugar, aparece Paulínia, em São Paulo, com R$ 276,9 mil. 

"O município Novo Triunfo (BA) com R$ 3.369,79 apresentou o menor PIB per capita em 2015. Observa-se que nesse município a Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social participava com 65,7% do valor adicionado bruto total", destaca a pesquisa, ao justificar a posição (5.570ª) ocupada pela cidade baiana, que se emancipou em 1989.

O município baiano mais bem colocado no ranking é São Francisco do Conde, no Recôncavo, que ocupa agora o 8º lugar. Ela tem em comum, com boa parte dos municípios que está no topo da lista, uma baixa densidade demográfica e a presença de uma indústria de petróleo ou refino.

“Os municípios Presidente Kennedy (ES), São João da Barra (RJ) e Ilhabela (SP) eram produtores de petróleo e Paulínia (SP) e São Francisco do Conde (BA) tinham indústria do refino. Louveira (SP) concentrava centros de distribuição de grandes empresas e Triunfo (RS) era sede de polo petroquímico. Já Selvíria (MS) e Araporã (MG) possuíam hidroelétrica, enquanto Gavião Peixoto (SP) tinha indústria de outros equipamentos de transporte. Em comum esses municípios possuíam baixa densidade demográfica, juntos somavam 1,3% do PIB brasileiro e apenas 0,1% da população", aponta o levantamento.

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Ao CORREIO, o coordenador de Contas Regionais e Finanças Públicas da SEI, João Paulo Caetano Santos, comentou a queda no ranking de São Francisco do Conde, que já chegou a liderar em PIB per capita no país: “De 2011 a 2014, São Francisco do Conde foi muito afetado pela queda do preço do petróleo. Ele voltou a se destacar por causa pelo refino, que teve preço favorável em 2015. Basicamente todo PIB da cidade gira em torno disso e por isso ela voltou a configurar entre os maiores do Brasil”.

Em 2015, 3.170 municípios (56,9% do total) tinham como principal atividade econômica, a exemplo de Novo Triunfo, a administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social. Excluindo o serviço público, em 3.129 municípios (56,2% dos municípios do país) a agropecuária era a principal atividade econômica.

“São municípios pequenos, com pouca produção e com uma população muito maior que o PIB dele. Eles não geram riqueza e renda, são muito dependentes da administração pública. Em muitos deles, a renda disponível é proveniente dos aposentados e de programas de proteção social”, avaliou Frederico Cunha, gerente das contas regionais do IBGE.

Confira os rankings da Bahia e do Brasil na pesquisa do IBGE.MAIORES PIBS PER CAPITA DA BAHIA (EM REAIS) MENORES PIBS PER CAPITA DA BAHIA (EM REAIS) MAIORES PIBS PER CAPITA DO BRASIL (EM REAIS) MENORES PIBS PER CAPITA DO BRASIL (EM REAIS) Bahia tem sete destaques agrícolas Os produtores de grãos do Oeste da Bahia ajudaram o estado a colocar sete municípios do estado entre os 100 maiores econômias agrícolas do Brasil. E com destaque. São Desidério, em primeiro, e Formosa do Rio Preto, em segundo lugar, lideram um ranking que tem ainda Barreiras, em 11º, Correntina, em 17º, Luís Eduardo Magalhães, em 20º, Riachão das Neves, em 44º, e Rio Real em 65º.

“Um destaque muito positivo é a região oeste, no setor agropecuário, com a produção de soja e algodão, e de milho, com menor notoriedade”, ressalta João Paulo Caetano Santos, coordenador de Contas Regionais e Finanças Públicas da SEI. “O município de São Desidério há alguns anos vem oscilando entre primeiro e segundo. Este ano ficou em primeiro”, diz, acrescentando: “O importante é que em termos de produção ele também se destaca em PIB per capita, o que significa que o resultado da produção agrícola se reverte para a população”.

“Em 2015, o setor agrícola foi o destaque na Bahia. Foi o único que cresceu, e ele representa só cerca de 9% do PIB estadual, enquanto outras atividades representam muito mais”, analisa o coordenador da SEI.

Confira as listas com os maiores PIBs - ou seja, os municípios que mais produziram riqueza - no Brasil e na Bahia.