Cinco filmes para refletir sobre a ditadura da beleza e amor-próprio

Em tempos de Sierra Burgess É Uma Loser, o CORREIO separou filmes para deixar a sua autoestima lá em cima

  • Foto do(a) author(a) Naiana Ribeiro
  • Naiana Ribeiro

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 06:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O maior serviço de streaming do mundo, a Netflix, lançou há alguns dias o original Sierra Burgess é Uma Loser. O filme tem dividido opiniões porque, apesar de ter uma protagonista gorda - interpretada pela atriz Shannon Purser - muita gente pensa que o enredo possui falhas sérias e não promove o amor próprio e a confiança.

Em tempos de empoderamento feminino, movimento body positive e luta contra os preconceitos, separamos cinco filmes que têm uma mensagem bacana nesse sentido e que questionam a ditadura da beleza e/ou falam sobre amor-próprio. Prepare a pipoca!

1 ● Preciosa 1987, Nova York, bairro do Harlem. Claireece "Preciosa" Jones é uma adolescente de 16 anos que sofre uma série de privações durante sua juventude. Violentada pelo pai e abusada pela mãe, ela cresce irritada e sem qualquer tipo de amor. O fato de ser pobre e gorda também não a ajuda nem um pouco. Além disto, Preciosa tem um filho apelidado de "Mongo", por ser portador de síndrome de Down, que está sob os cuidados da avó. Quando engravida pela segunda vez, Preciosa é suspensa da escola. A sra. Lichtenstein consegue para ela uma escola alternativa, que possa ajudá-la a melhor lidar com sua vida. Lá Preciosa encontra um meio de fugir de sua existência traumática, se refugiando em sua imaginação. 2 ● O Mínimo Pra Viver Ellen é uma jovem rebelde e anoréxica de 20 anos que, apesar de passar a maior parte da adolescência em diversos programas de reabilitação, continua emagrecendo mais e mais a cada ano. Determinada a encontrar uma solução, sua família disfuncional decide enviá-la a uma comunidade para jovens liderada por um médico pouco convencional. Surpresa com as novas e inusitadas regras do local e encantada com os outros pacientes, Ellen precisa descobrir como confrontar seu vício e gostar de si mesma para conseguir enfrentar seus demônios. 3 ● Pequena Miss Sunshine Olive foi eternizada pela atriz Abigail Breslin no filme Pequena Miss Sunshine, que conta a história de uma garotinha que faz parte de uma familia onde cada membro possui problemas particulares e, juntos, formam um núcleo nada convencional. Entretanto, quando Olive é aprovada para participar do concurso de Pequena Miss, todos se unem para ajudá-la a ensaiar e partem em viagem para a Califórnia.  4 ● Embrace Depois de dar à luz três filhos, o corpo de Taryn mudou drasticamente e ela teve que ouvir muitos comentários maldosos. Frente a isso, passou a militar pela causa do amor ao próprio corpo e criou o projeto Body Image Movement. Foi quando resolveu lançar uma campanha de financiamento coletivo para filmar o documentário. No filme, ela conversa com mulheres de diversos países e analisa a indústria da moda e da beleza. Segundo dados divulgados em Embrace, 91% das mulheres estão insatisfeitas com o próprio corpo, o que é algo alarmante. 5 ● A Perfect 14 O filme mostra a história e os desafios de modelos que foram contra a todos os padrões vigentes. Elas falam como enfrentaram e ainda enfrentam todas as dificuldades e as pressões para ter um “corpo perfeito”. Apesar de dar espaço a um tipo de beleza que não é valorizado, mesmo o mercado “plus size” têm suas dificuldades na busca pela igualdade de oportunidades. As modelos destacam que o termo, inclusive, acaba sendo mais “exclusivo” do que “inclusivo”. “Eles dividem você baseado em seu tamanho”, ressaltam. Documentário mostra que, mesmo dentro do universo que deveria ressaltar a diversidade de belezas, alguns padrões ainda permanecem. ● Bônus Com direção da youtuber Luiza Junqueira, o documentário aborda a relação de três mulheres gordas com seus corpos, cujos depoimentos irão revelar vivências únicas. Diferentemente da forma difamatória como geralmente são representadas na maioria das produções culturais, GORDA concede espaço para que essas mulheres falem por si – e isso muda tudo. Colocando a gordofobia como pauta, o projeto sensibiliza o espectador, fazendo com que surja nele um sentimento de empatia. Por isso, o filme conversa não só com as mulheres gordas, como também com quem promove os discursos de ódio que as afetam. Assista abaixo:

*A jornalista é gorda e editora da PLUS, primeira revista para gordas do país