Clássico Ba-Vi em cenários distintos

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  • Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Bahia e Vitória passaram boa parte do Campeonato Brasileiro flertando com o rebaixamento, mas, de umas rodadas pra cá, o tricolor caiu fora dessa paquera barriada e deixou o problema apenas para o rival, que exibe há anos a mania de dançar na beira do abismo.

Chegamos ao último Ba-Vi do ano com seis pontos separando os adversários, o que, neste momento da competição, é uma diferença notável. Significa que, se ganhar o clássico, o Bahia joga as últimas cinco rodadas com tranquilidade, praticamente garantido na Série A. Já o Vitória, mesmo que ganhe, ainda vai ter que ir atrás de um bom punhado de pontos, tendo pela frente uma tabela que não lhe sorri.

A diferença de seis pontos é nada mais nada menos que o reflexo de como as equipes se prepararam para chegar a este momento – ou a todos os momentos do ano. O Bahia, é verdade, apresentou futebol medonho em muitos trechos da temporada (não à toa flertou com o rebaixamento), mas havia no ar um sinal de que poderia ser melhor, de que em algum momento podia virar a chave e que se tal bola tivesse entrado...

Nisso, o tricolor foi ganhando corpo e entrou na reta final do ano com mais bola do que demonstrava há meses, perdendo nos pênaltis a vaga na semifinal da Sul-Americana e, como já dito, tendo gordura para as últimas rodadas do Brasileirão.

Já o Vitória, que sempre apresentou futebol medonho, jamais deu qualquer indicativo de que poderia ser melhor. A Toca do Leão é um deserto de ideias e opções, cenário de improdutividade em que personagens se revezam sem qualquer alteração no roteiro da trama. Ao longo do ano, o Vitória nunca deu margem para que seu torcedor criasse ilusões sobre diferente destino caso esta ou aquela bola tivesse entrado.

Nisso, o rubro-negro foi minguando e entrou na reta final do ano exatamente como começou: fraco, disforme, com jogadores fazendo o que bem entendem e sem nenhuma gordura pra queimar, sendo obrigado, ao contrário, a somar pontos sabe-se lá como.

Vendo a bolinha que o Bahia jogava no primeiro semestre, a diretoria tricolor demitiu Guto Ferreira no início de junho. Muita gente discordou da decisão na época, mas o fato é que, com o passar dos meses, Enderson Moreira entregou uma evolução ao time em campo. E só conseguiu isso porque o elenco conta com peças que lhe ajudam. Quem monta elenco? Direção.    Vendo a bolinha que o Vitória jogava no primeiro semestre, a diretoria rubro-negra se agarrou a Mancini até não mais poder, demitindo o treinador só no final de julho. Os dirigentes passaram então 15 dias zanzando sem rumo até trazerem Carpegiani, demitido agora na semana do clássico, como se culpado fosse pelos jogadores ruins e pouco profissionais com que (não) contava. Quem monta elenco? Direção.

Este, então, é o quadro pintado para o clássico de amanhã, com cenários que não poderiam ser mais distintos de um lado e de outro. No domingo à noite, saberemos o que mudou no horizonte de cada time. E se o cenário ficou melhor ou pior.

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados