Cliente negro é chamado de ‘macaco’ no pedido de rede de fast-food

Caso foi em São Paulo no final de semana. Polícia investiga

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  • Da Redação

Publicado em 27 de março de 2018 às 13:36

- Atualizado há um ano

Um cliente negro foi chamado de "macaco" em um pedido feito em uma rede de fast food em São Paulo, no sábado. O nome foi impresso na nota do pedido, registrado na Burger King que fica em Moema, área nobre da cidade. O universitário David Reginaldo de Paula Silva, 24 anos, registrou boletim de ocorrência por injúria racial depois do episódio. Ele busca punição criminal contra o funcionário que escreveu o nome do animal no cupom. Além disso, o universitário também pretende acionar civilmente a Burger King.

O Burger King divulgou nota afirmando que repudia discriminação e disse que está apurando o caso para tomar as providêncais cabíveis.

“Meu aniversário foi dia 19. Saí na sexta para comemorar, e na volta fui com uma amiga diplomata à lanchonete para comer algo. Vi no balcão um cupom de desconto. Fiz um pedido normal. O atendente perguntou meu CPF, nome e anotou. E esperei chamar minha senha. Foi quando vi ao lado da senha o nome ‘macaco’ e fiquei assustado”, contou ele ao G1.

Os três atendentes estavam rindo quando ele foi pegar o lanche, ele relatou. Mesmo assim, Diego pegou o hambúrguer, a batata e o refrigerante para fazer o lanche. Ele recebeu o troco e o cupom que constava a frase ofensiva - "cliente macaco". “Aí liguei para meu pai e ele falou para guardar papel. Não fiz escândalo, não questionei o atendente e também não peguei sua identificação. Cheguei a comer dois pedaços e perdi o apetite. Depois fui para casa”, explica.

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) registrou a queixa como injúria racial porque usou a raça para tentar ofender a dignidade uma pessoa. O crime só é configurado como racismo quando a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade.

Em nota, o Burger King informou que está investigando a situação. “O Burger King informa que tomou conhecimento do caso relatado na unidade localizada na loja da Avenida Santo Amaro, em São Paulo, e está apurando o ocorrido para que as medidas necessárias sejam tomadas. A companhia reitera que repudia todo e qualquer ato discriminatório", diz o comunicado da empresa.