CMN define meta de inflação em 4,25% em 2019 e 4% para 2020

Decreto estabelece que meta de inflação deve ser anunciada com três anos de antecedência. É a primeira vez em 14 anos que ela ficará abaixo dos 4,5% ao ano

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  • Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2017 às 10:08

- Atualizado há um ano

O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta de inflação para 2019 em 4,25% e para 2020 em 4%. O anúncio foi feito pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo de Oliveira, e o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. O intervalo de tolerância é 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A meta deve ser perseguida pelo Banco Central.É a primeira vez em 14 anos que o CMN estabelece uma referência menor que 4,5% ao ano para a inflação brasileira. 

Um decreto publicado hoje no Diário Oficial da União (DOU) determinou que a meta de 2020 também seria decidida na mesma data. Até então, as metas de inflação de cada ano eram sempre definidas até a metade do segundo ano anterior. A partir de agora, serão decididas até o fim de junho do terceiro ano anterior. Ou seja, a meta de 2021 será estabelecida em 2018, e assim por diante.

"Recomendamos ao presidente Michel Temer que o CMN passasse a definir as metas de inflação três anos à frente, ao invés dos dois anos que prevaleceram até agora", disse Meirelles. "A finalidade dessa extensão de prazo é porque estamos gradualmente iniciando convergência para padrões internacionais que têm horizontes mais longos. É uma trajetória gradual inclusive de maior ancoragem de expectativas de inflação", completou.

O ministro lembrou que o IPCA em 12 meses chegou a 3,6% em maio e ressaltou a credibilidade da política monetária do Banco Central. "As metas para 2019 e 2020 sinalizam a convergência para padrões internacionalmente consagrados e estabelecidos, ao mesmo tempo ancorando as expectativas e assegurando crescimento maior do produto potencial. Essa é uma mensagem de firmeza e consistência, em linha com a queda do desemprego para patamares históricos, e assegurando o poder de compra da população", acrescentou o ministro da Fazenda. 

Desde 2005, sem interrupções, o CMN vinha estabelecendo uma meta de 4,5% para a inflação. Esta é, inclusive, a referência para 2017 e para 2018. Só que o fato de a inflação para anos à frente estar ancorada abriu espaço para que o conselho, desta vez, estabelecesse um valor menor.