Coalizão global de empresas cobra ação acelerada do G20 sobre o clima

Países do bloco econômico representam 74% das emissões globais de CO2

  • Foto do(a) author(a) Murilo Gitel
  • Murilo Gitel

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 19:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Francisco Rosa/ISP

Dois anos depois da adoção do Acordo de Paris, uma aliança de 54 empresas globais de todos os continentes e de diversos segmentos industriais, demandou, por meio de uma declaração conjunta divulgada nesta segunda-feira (15/01), que os líderes do G20 implementem uma ambiciosa ação em relação ao clima como base para o sucesso econômico futuro.

O documento é destinado, particularmente, aos líderes dos 20 países mais industrializados do mundo, que representam 74% das emissões globais de gases do efeito estufa. O objetivo é que o G20 venha a se tornar um fórum de elaboração de medidas concretas em longo prazo para acelerar a ‘descarbonização’ global, ao mesmo tempo em que convida outras nações a unir esforços.

As medidas incluem uma eliminação progressiva dos subsídios para os combustíveis fósseis até 2025, preço adequado para o carbono e clareza sobre os riscos financeiros relacionados ao clima.

Na declaração, que tem a Natura como representante brasileira, as empresas exigem ainda condições de atuação que lancem as bases para um caminho que limite o aumento da temperatura global em bem menos do que 2°C e permita-lhes contribuir ativamente para a implementação do Acordo de Paris. Cúpula do G20 posa para foto em encontro realizado em Hamburgo (Alemanha), em julho do ano passado (Foto: Beto Barata/PR/Fotos Públicas) Inovação e empreendedorismo A aliança argumenta que um desenvolvimento com baixo teor de carbono assegurará empregos e prosperidade, iniciando uma nova onda de inovação e empreendedorismo. As empresas que compõem a declaração representam mais de 1,9 milhão de funcionários em todo o mundo e receita total de mais de 676 bilhões de euros, o equivalente a um quarto do PIB (Produto Interno Bruto) da França e mais de duas vezes do PIB da Dinamarca.

Ao mesmo tempo, as empresas signatárias reafirmam o compromisso de abordar de forma proativa as mudanças climáticas em suas próprias atividades e políticas, além de levar em consideração diretrizes que apoiem ações sobre o clima em nível comercial, como precificação interna do carbono, a implementação de Forças-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD, na sigla em inglês) em seus próprios relatórios, bem como implementação de metas a partir de indicadores científicos.

Práticas sustentáveis “A Natura reforça o seu compromisso com o clima e trabalha por meio de práticas sustentáveis em sua cadeia produtiva para diminuir o efeito das mudanças climáticas. Há mais de dez anos é uma empresa carbono neutro, com redução de um terço das suas emissões entre 2007 e 2013, e compromisso de redução em mais um terço até 2020. Estamos certos que a união de vários países e empresas é o caminho para alcançar uma economia de baixo carbono”, afirma João Paulo Ferreira, presidente da empresa de cosméticos.

As empresas que assinam a declaração endereçada ao G20 são as seguintes: Acciona, Adidas, AIDA Cruises, Allianz, Arcadis, Innovations Avant Garde, Bausparkasse Schwäbisch Hall, Capricorn Investment Group, DAIKIN Ar condicionado Alemanha, Deutsche ROCKWOOL, Diageo, DSM, Econet Group, Energetica, EPSON Europa, Fórmula E, Gegenbauer Holding, Groupe ADP, H & M, Hangzhou Minsheng Pharm, Grupo IBA, IBERDROLA, Interface, Jiahe Agricultural Stockbreeding, Kering, LafargeHolcim, LeasePlan, Marks & Spencer, MICHELIN, Natura Cosméticos, Grupo Otto, Outokumpu, Philips, Philip Morris International, PUMA, Qingdao Double Whale Pharmaceutical, RTE, Saint-Gobain, Salesforce, Schneider Electric, Schüco International, Shandong Zhongcheng Feed Technology, Shenzhen Ausa Pharmed, Simble Solutions Ltd, Solvay, South Pole Group, Sun Daily Farm, UC Rusal, Unilever, Venture Garden Group, Virgin Group, Woolworths, Wuhan Dangdai Ciência e Tecnologia Indústrias, Yukou Poultry.