Codesal apresentará esta semana esboço de plano de incêndio para Centro Histórico

Plano busca auxiliar na ação contra incêndios e desabamentos na região

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  • Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo / Divulgação / Codesal

Um ano e quatro meses após o incêndio que destruiu o Cine XIV no Pelourinho, quando foi levantada a necessidade de um plano de incêndio para o Centro Histórico da capital baiana, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) apresentará nesta semana uma minuta do Plano de Contingência que está sendo construído para a região.

O plano busca evitar e auxiliar na ação contra incêndios e desabamentos e destacar as áreas mais críticas. Em novembro de 2017, o CORREIO denunciou a situação do Centro Histórico, que tinha 41 hidrantes, mas nenhum plano para incêndio. Além de não saber dos hidrantes, quem vive no Centro Histórico também não sabe bem o que fazer em caso de incêndio.

O plano é composto por um mapa de risco de incêndio, de desabamento e um mapa de acessibilidade. O último visa solucionar problemas como o que ocorreu nesta segunda-feira (11) no incêndio na Ladeira do Tabuão, quando o Corpo de Bombeiros não conseguiu ter acesso ao local pela parte de baixo - vindo do Comércio - e teve que debelar o fogo pela parte de cima do local, no Terreiro de Jesus, encontrando maior dificuldade no combate.   Receberão a minuta (uma espécie de esboço do plano) o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, entre outros. “A minuta será encaminhada nesta semana para os órgãos para que eles avaliem e contribuam”, afirmou Gabriela Morais, coordenadora de ações de prevenção da Codesal.

Os mapas de risco de incêndio e desabamento já estão sendo construídos pela Codesal. Quando forem concluídos, a partir deles, a entidade irá construir um mapa de acessibilidade para o local. A previsão é que o Plano de Contingência seja finalizado no primeiro semestre deste ano.

“Quando for concluído, o plano será divulgado. Já teve a parte prévia, com a capacitação das pessoas, divulgação, treinamento, workshops, entre outros. O plano vai auxiliar que os órgãos envolvidos saibam o que fazer, como chegar e o risco envolvido”, disse. 

O CORREIO tentou contato com o Corpo de Bombeiros sobre o plano de incêndio, mas não obteve retorno.

Dificuldade O empresário Fábio Alem, proprietário da Superzon, que fica logo abaixo do terreno que pegou fogo no Tabuão nessa segunda, também teve prejuízos com o incêndio. “Eu tive uma área da empresa, um galpão, incendiado. A gente até conseguiu retirar alguns filtros (de água) do local, mas perdemos muito”, lamentou ele, que não tinha um levantamento do prejuízo.

O problema de acesso ao local não é novidade para ele. A Superzon já teve outro episódio de incêndio, em 2014, quando o refeitório e escritório do local foram completamente perdidos. “Naquela época, a gente também chamou os Bombeiros e eles não conseguiram ter acesso. Tiveram que trabalhar lá de baixo e isso atrapalha o processo de combate ao incêndio. A gente fica com medo, porque, graças a Deus, não teve ninguém ferido nessas duas ocasiões. Mas poderia ter tido um risco maior”, destacou.

A pintora predial e restauradora Simone Salvador, que mora no prédio de três andares ao lado do terreno em que a vegetação foi atingida pelo fogo, disse ter medo. “Uma faísca dessa você acha que, se cair em um telhado desse, velho, o que acontece? Nós nos sentimos reféns do medo, porque solução a gente não tem. Esperança, então, piorou. Os bombeiros, nas duas vezes que a gente precisou, disse que não sobe no Tabuão. É preciso articular para que isso melhore. Estamos no Centro Histórico, gente. Precisamos de uma saída”, disse.

Em nota, a Codesal informou que enviou uma equipe ao local onde ocorreu o incêndio no Tabuão, mas "tratou-se, contudo, de uma ocorrência logo controlada pelos Bombeiros e sem registro de feridos". 

"Sempre que necessário, a Codesal está preparada para coordenar ações em casos que demandam isolamento de área, retirada de moradores, encaminhamentos para auxilio social e demolições, como as registradas no incêndio que destruiu casarões na Baixa dos Sapateiros (setembro de 2018), no desabamento de prédio na Rua Alto de São João, em Pituaçu (maio) e na interdição de sete casas após desabamento no Alto da Sereia (março de 2018). Em caso de emergência o órgão deve ser acionado no telefone 199 que funciona em regime de plantão 24 horas."