Colégio estadual no Dique Pequeno recebe o nome do Mestre Moa do Katendê

Capoeirista morreu no ano passado com 12 facadas

Publicado em 18 de abril de 2019 às 11:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

O Colégio Estadual Victor Civita, localizado na comunidade Dique Pequeno, no Engenho Velho de Brotas, em Salvador, passou a ser denominado de Colégio Estadual Mestre Moa do Katendê.  A portaria nº 471/2019, que determina a alteração, publicada no Diário Oficial (D.O.) nesta quinta-feira (18), e assinada pelo secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, atende à uma solicitação da comunidade escolar, dos moradores do Engenho Velho de Brotas e do movimento negro.  A iniciativa presta uma homenagem a um dos maiores mestres de capoeira de Angola da Bahia, assassinado no dia 8 de outubro de 2018, com 12 facadas pelas costas. Mestre Moa morava no bairro e tinha uma importante atuação cultural junto à comunidade local, tornando-se uma liderança reconhecida em todo o país e no mundo e teve filhos e sobrinhos que estudaram no colégio, que hoje recebe o seu nome.   “A homenagem circulou rápido, todo mundo nos parabenizando. Estamos muito felizes e vibrando com isto que, para nós, tem um significado enorme pela importância que foi meu tio, não só para a comunidade local, mas para todo o país. É um orgulho danado ter a escola onde estudaram tantos parentes, filhos e sobrinhos com o nome dele. Sou muito grata à diretora da unidade escolar, Rodrenice Borges, e à Secretaria da Educação pela sensibilidade de atenderem ao pedido da comunidade”, declarou Renilda Costa, sobrinha de Moa.    Romualdo Rosário da Costa (1954-2018), conhecido como Mestre Moa do Katendê, foi compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira brasileiro. O capoeirista se preparava para construir um espaço próprio na comunidade Dique Pequeno. A sua morte suscitou homenagens de nomes de peso como Caetano Veloso e Gilberto Gil, bem como de artistas internacionais, como Roger Waters.

Grupos de capoeira e movimentos ligados à cultura africana também fizeram homenagens em Salvador, Recife e São Paulo. Após seu falecimento, foi produzido o documentário "Quem vai quebrar a máquina do mal?", dirigido por Carlos Pronzato. A película conta a história de Moa e traz entrevistas de pessoas próximas e testemunhas do crime que o vitimou.