Com até água proibida, esquema de segurança na posse de Bolsonaro será o maior da história

Cerimônia terá mísseis antiaéreos, capazes de atingir uma aeronave a 7 km de distância

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  • Luan Santos

Publicado em 1 de janeiro de 2019 às 06:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: José Cruz/Agência Brasil

A cerimônia de posse do novo presidente, Jair Bolsonaro (PSL), terá o maior esquema de segurança jamais visto na história do Brasil. Mais de 12 mil policiais militares, civis e federais e bombeiros, além de integrantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica serão distribuídos em pontos-chave da Esplanada dos Ministérios e de todo o Distrito Federal, com aparato de guerra que inclui tanques, veículos blindados e armados, além de dezenas de atiradores de elite.  

Além de uma série de medidas restritivas à circulação, mísseis antiaéreos, capazes de atingir uma aeronave a sete quilômetros de distância, estarão preparados para responder a qualquer sinal de hostilidade. Desde a semana passada, a Polícia Federal (PF) apura suposta ameaça contra Bolsonaro.  O autor seria um grupo que se define como “terrorista” e reivindicou a autoria de uma bomba encontrada em uma igreja de Brazlândia, região administrativa do Distrito Federal, na madrugada de Natal. O artefato explosivo foi desarmado pela Polícia Militar. Ainda como candidato à Presidência, Bolsonaro sofreu um atentado durante um ato público de campanha, em Juiz de Fora, Minas Gerais. 

Enquanto era carregado por apoiadores, o então presidenciável foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira - que está preso numa penitenciária federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Durante a cerimônia de hoje, Bolsonaro vai usar um colete à prova de balas. Entre milhares de militares e policiais destacados para a segurança, haverá agentes infiltrados na multidão,  estimada em 500 mil pessoas.

Os atiradores de elite, também conhecidos como “snipers”, serão distribuídos em locais estratégicos da Esplanada. Ainda como reforço à segurança, a organização da cerimônia não confirmou se Bolsonaro vai desfilar em carro aberto. A decisão deve ser tomada poucas horas antes do início do evento.  A Esplanada e ruas próximas já estão interditadas desde domingo. Pela primeira vez em Brasília, soldados do Exército cercaram  a parte inferior da Esplanada e outras áreas com arame farpado e lâminas (concertina). A partir da rodoviária do Plano Piloto, foram  instaladas quatro linhas de revista e detecção de metais. 

Quem quiser acompanhar a posse só terá acesso à área a pé - ainda assim, precisará passar por outras quatro barreiras e revistas. A lista de proibições é extensa. Entre os itens proibidos estão bebidas alcoólicas, carrinhos de bebês, fogos de artifício, bolsas, mochilas, guarda-chuva, animais e até garrafas de água  - postos para distribuição de água foram montados ao longo da Esplanada. 

O uso de drones também está proibido - e será considerado como um equipamento de alto risco à segurança do presidente. O presidente Michel Temer assinou um decreto em que autoriza as Forças Armadas abater aeronaves “suspeitas ou hostis que possam apresentar ameaça à segurança”.