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Hagamenon Brito
Publicado em 11 de março de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Apesar de ter muita personalidade, não deve ser fácil para Solange, 32 anos, gerir artisticamente o fato de ser a irmã mais nova da superestrela Beyoncé, 37. Ela não tem o vozeirão de Queen B, mas seduz num registro mais intimista em canções R&B com influências do soul antigo, jazz e hip hop. Solange Knowles, 32 anos, mantém a excelência musical com o seu quarto álbum, When I Get Home, um trabalho sofisticado de R&B com influências de soul antigo, jazz e hip hop (Foto/Divulgação) Na verdade, a cantora e compositora Solange Knowles ganhou mesmo credibilidade e se impôs na indústria com o seu terceiro álbum, o estupendo A Seat At The Table, 2016, que falava sobre a articulação da dor e da resiliência que os negros devem internalizar nos Estados Unidos.
O novo e excelente álbum, When I Get Home (Saint Records/Columbia), dá continuidade ao crescimento e consolida a estética musical da artista. Ela assina todas as composições e coproduziu o trabalho com nomes como John Key, John Carrol Kirby e Pharrell Williams.
Agora, Solange passa a maior parte dos 40 minutos do álbum demonstrando o poder que os negros conquistaram em nossa cultura atual (Stay Flo, Almeda) e de como eles influenciaram a música popular (a linda Down With The Clique, que tem uma atmosfera jazzística, e My Skin My Logo).
As 13 canções são intercaladas com seis interlúdios que consistem em diálogos, sons de televisão e poemas. Quase todos mais divertidos do que os interlúdios pesados do álbum anterior - e sem nada de aleatórios.
O conjunto das músicas faz uma transição perfeita, com as faixas se desenvolvendo em direção as suas sucessoras de modo harmônico e a voz de Solange, em camadas e à maneira de Minnie ‘Lovin’ You’ Riperton (1947-1979), deslizando serenamente sobre os arranjos. Duas outras composições merecem destaque em When I Get Home: Dreams e I’m a Witness. A primeira é uma ode terna para nunca perder de vista os ideais diante das adversidades da vida, algo que traduz o objetivo que Solange tinha ao criar o álbum (lançado sem aviso prévio nas plataformas de streaming no último dia 1º).
Em I’m a Witness, a última faixa, a cantora diz: "Eu não vou parar até que acerte/ Boa noite". É uma mensagem de fortalecimento não apenas para os seus ouvintes, mas também para ela.
Desde A Seat At The Table, Solange realizou performances artísticas no Museu Guggenheim, em Nova York, e na Fundação Chinati, em Marfa, Texas. E teve instalações de vídeos exibidos no Tate Modern, de Londres, e no Museu Hammer, em Los Angeles. Sim, ela tem brilho próprio.
Veja o videoclipe da canção Almeda
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SÉRIE DE DONALD GLOVER, 'ATLANTA' SEGUE GENIAL E IRÔNICA Donald Glover: criador e protagonista da série Atlanta, cuja segunda temporada já está na Netflix (Foto/Divulgação) Um ano depois de estrear no canal FX, nos EUA, a segunda temporada da série Atlanta, com 11 episódios de 30 minutos (em média), está disponível no catálogo da Netflix - e é não menos que brilhante.
Batizada de Robbin’ Season, alusão à época que precede o Natal em Atlanta e quando o número de roubos cresce na cidade para garantir a ceia, a nova temporada segue inventiva e vibrante na forma de abordar a cultura pop e a cena do rap americano, com doses de humor, drama e crítica racial e social, numa narrativa que mistura realidade com elementos surreais.
Criador e protagonista de Atlanta, o premiado Donald Glover (o rapper Childish Gambino do grande single/video This is America) mantém-se muito bem como o personagem Earn, condutor da história e empresário do rapper Paper Boi (Brian Tyree Henry). O medo do fracasso move alguns dos episódios e, claro, tem a ver com a fama que Donald Glover conquistou desde a estreia de Atlanta, em 2016. Que venha a terceira temporada, por favor.
Veja o trailer de Atlanta Robbin' Season