Com clima 'good vibes', skate foi o grande sucesso da Olimpíada

Esporte misturou manobras radicais com companheirismo entre adversários, e chamou a atenção em Tóquio

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 8 de agosto de 2021 às 20:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Julio Detefon/CBSk

Os Jogos de Tóquio foram palco da estreia de cinco novas modalidades: surfe, skate, beisebol/softbol, karatê e escalada. Ao incluir os esportes, o objetivo era renovar o cardápio olímpico e trazer um apelo maior à audiência, principalmente aos mais jovens. E nenhuma das novidades conseguiu fazer tanto sucesso como o skate.

Em um primeiro momento, quem nunca tinha acompanhado uma competição da modalidade ficou, no mínimo, curioso. E muita gente se empolgou com o que viu. Assistir homens e mulheres fazerem manobras arriscadas e velozes, caindo e levantando, enquanto escutam músicas no fone de ouvido, conquistou a audiência. Kelvin Hoefler foi medalha de prata no street (Foto: Julio Detefon/CBSk) O esporte também animou por render vários pódios ao Brasil. No total, foram 12 medalhas distribuídas nas modalidades park e street, masculina e feminina. Dessas, três foram do país, com as pratas de Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, no street, além de Pedro Barros, no park. 

O único que teve maior desempenho foi o Japão, que recebeu três dos quatro ouros possíveis, além de uma prata e um bronze. O outro ouro foi para a Austrália.

O sucesso do skate foi tanto que a procura pelo equipamento e por itens de proteção cresceu em vários lugares do Brasil. Em Salvador, lojas registraram um aumento de até 150% na busca. Pedro Barros faturou a prata no park (Foto: Julio Detefon/CBSk) Clima de amizade  Em Tóquio, o skate mostrou que há muito mais do que o lado radical. Entre uma bateria e outra, os atletas vibravam pelos seus ‘rivais’ e apoiavam quando sofriam quedas. É uma empatia incomum para competições.

Uma cena que ficou marcada foi quando Misugu Okamoto, de apenas 15 anos, errou na última volta. Ela tentava chegar à zona do pódio, mas acabou caindo e saiu chateada da pista. As adversárias então a carregaram nos ombros e a animaram.

O skate também traz um clima leve, de ‘good vibes’. Se divertir faz parte da cultura do esporte. Na decisão das medalhas do park, apareceu um ukulele e as atletas começaram a cantar. O peruano Angelo Caro conquistou o coração dos brasileiros ao celebrar o pódio de Kelvin Hoefler como se fosse dele. E ainda teve a dancinha de Rayssa Leal com a carismática filipina Margielyn Didal, durante a final do street.

Rayssa, aliás, torceu já do Brasil por Sky Brown, da Grã-Bretanha, e se emocionou com o bronze da amiga. Sky, por sua vez, é tão apegada às brasileiras que frequentou o prédio do Time Brasil na Vila Olímpica, e pintou as unhas com as colegas. É uma turma que, se vencer ou se perder, vai estar se divertindo.