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Clara Albuquerque
Publicado em 17 de julho de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
Estou morando em Turim há um ano e meio. É uma cidade pouco conhecida entre os brasileiros, apesar de ser a quarta maior da Itália. Foram muitas as vezes que expliquei onde ficava a cidade e porque estava aqui e não em Roma ou Milão. Torino, como se diz em italiano, não está nos roteiros turísticos tradicionais. Foi a primeira capital do país, mas segue sendo um lugar meio escondido para muita gente. Com exceção dos torcedores da Juventus, claro. Não será mais: Turim virou a cidade de Cristiano Ronaldo.
Desde antes da confirmação da contratação do português, a atenção dada à cidade já tinha mudado. Televisões, rádios e jornais de outros países, principalmente Portugal e Espanha, desembarcaram por aqui à espera do jogador eleito cinco vezes o melhor do mundo. Atualmente, sou a única jornalista do Brasil que trabalha como correspondente por aqui. Na semana do anúncio na Juventus, Cristiano foi destaque na imprensa mesmo com as semifinais e a final de Copa do Mundo acontecendo.
Ontem, com a apresentação de CR7, o mundo parou pra ver seus primeiros passos em Turim. Foram por volta de 450 pedidos de credenciamento e cerca de 200 profissionais, incluindo outros jornalistas brasileiros, estiveram no Allianz Stadium para acompanhar o evento. Em todo o tempo em que estive em Turim, o clube nunca montou um espaço apenas para a coletiva de um jogador. A sala tradicional de entrevistas, no entanto, foi pequena e foi preciso preparar um outro espaço maior dentro do estádio para receber a estrela.
Será uma temporada interessantíssima para a Juve com o novo e gigante reforço no time. A ideia do clube, que já domina a Itália, é subir de patamar na Europa e, finalmente, voltar a conquistar a Liga dos Campeões depois de mais de 20 anos. Nos poucos minutos que a torcida teve contato com o jogador, cantou: “Ô Ronaldo, nos traga a Champions. Nos traga! Nos traga! Nos traga a Champions!”.
E Ronaldo sabe disso. É uma máquina não só de jogar futebol, mas também de confiança. Questionado mais de uma vez sobre sua idade e sobre futuro, não hesitou: “Se ninguém consegue, eu consigo. Sou diferente de todos os outros. Com todo respeito, com 32, 33, 34 anos, esses caras estão acabados e eu não. Isso me deixa feliz e mostra que eu sou diferente de todos os outros”. Cristiano simplesmente sabe e ele não precisa de apresentações. Turim, ao contrário, será apresentada a muita gente. E a cidade nunca mais será a mesma. Seja bem-vindo, Cristiano Ronaldo.
Às claras No Real Madrid, CR7 tinha grande amizade e entrosamento com os brasileiros Marcelo e Casemiro. O próprio português deu o apelido ao trio de “Os três mosqueteiros”. Na Juve, encontrará o número certo pra reeditar o grupinho de sucesso, dessa vez, com Douglas Costa e Alex Sandro. Treinar todos os dias com um jogador como Ronaldo pode fazer muito bem aos brasileiros. O português é conhecido pela sua competitividade e ambição. Poucos jogadores no mundo refletem tanto essas características quanto ele.