Com dores no quadril, Murray anuncia aposentadoria em 2019

Britânico planeja dar adeus às quadras após Wimbledon, mas dor pode antecipar ato

  • D
  • Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 20:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: William West/AFP

Em uma entrevista coletiva em que foi às lágrimas, Andy Murray declarou na madrugada desta sexta-feira (11) que pretende se aposentar das quadras após a disputa da próxima edição de Wimbledon por causa das constantes dores no quadril. Mas também reconheceu que não sabe se conseguirá fazê-lo, admitindo a possibilidade de deixar o tênis após a sua participação no Aberto da Austrália, que se iniciará na segunda-feira (14) em Melbourne. 

"Eu preciso de um ponto final, porque estou jogando sem a menor ideia de quando a dor vai parar. Tomei essa decisão e acho que posso chegar até Wimbledon. É lá que eu gostaria de parar de jogar, mas não estou certo de que sou capaz de fazer isso", afirmou o ex-número 1 do mundo. 

Murray reconheceu, porém, não saber se conseguirá se manter ativo até a próxima edição de Wimbledon, marcada para começar em 1º de julho. Por isso, admitiu que pode parar após o fim da sua participação no Aberto da Austrália. "Há uma chance disso, com certeza. Não tenho certeza se vou conseguir suportar a dor por mais quatro ou cinco meses", comentou. 

Um dos principais nomes do tênis na sua geração, Murray sofre para ser competitivo nas últimas temporadas por causa de uma lesão no quadril. O britânico, que possui três títulos de Grand Slam, está previsto para estrear no Aberto da Austrália, torneio em que foi vice-campeão cinco vezes, contra o espanhol Roberto Bautista Agut, o 22º colocado no ranking da ATP. 

"Eu vou jogar. Mas não posso mais jogar em um nível que eu me sinto feliz jogando. A dor é muito grande, e não quero continuar jogando dessa maneira", afirmou Murray, que hoje é apenas o número 250 do mundo. 

O britânico operou o quadril em janeiro de 2018, temporada em que disputou apenas 12 partidas. Ele participou do Torneio de Brisbane na semana passada, mas foi eliminado no seu segundo compromisso no evento, exibindo problemas físicos. 

Murray, que declarou que não pode mais jogar em alto nível por causa das dores, também considera a possibilidade de realizar outra cirurgia em seu quadril, mas nesse caso para ter uma qualidade de vida melhor. 

Aos 31 anos, Murray soma 45 títulos da ATP na sua carreira profissional, com 663 vitórias e 190 derrotas. O britânico foi campeão de Wimbledon em 2013 e 2016, além do US Open em 2012. Ele também é o atual bicampeão olímpico do evento de simples do tênis.Repercussão Após surpreender ao anunciar a sua aposentadoria, Murray ganhou elogios e belas palavras do mundo do tênis em mensagens de tenistas, ex-rivais, torneios e da imprensa inglesa, nesta sexta-feira (11). "Você é um exemplo de grande atleta e pessoa", disse o espanhol Rafael Nadal.

"Parabéns ao Andy Murray por todas as duas conquistas ao longo destes anos. Foi ótimo poder jogar contra você neste período. Boa sorte com tudo!", declarou o dono de 17 títulos de Grand Slam. "Você não sabe o quanto vamos sentir a sua falta! Você é um exemplo de grande atleta e pessoa."

"Por favor, não pare de tentar. Continue lutando. Eu posso imaginar a sua dor e a sua tristeza. Eu espero que você pode superar isso", disse o argentino Juan Martín del Potro, que já sofreu seguidas lesões e cirurgias nos punhos. "Você merece se aposentar seguindo o seu próprio desejo, quando chegar a hora. Amamos você, Andy, e queremos vê-lo feliz."

O búlgaro Grigor Dimitrov, atual 21º do mundo, também lamentou o anúncio do escocês. "O tênis chegará ao fim para todos nós, mas as amizades vão durar para sempre. O que você fez pelo esporte vai viver para sempre. Espero que você tenha um forte e saudável fim de carreira", disse o jogador. 

Atual número 1 britânico, Kyle Edmund disse encarar Murray como referência no esporte. "Para mim, ele vem sendo a minha maior referência, acima de qualquer outro jogador. Ele é o maior tenista britânico da história e talvez o melhor atleta britânico de todos os tempos", declarou Edmund, 14º do ranking.