Com medo de perderem prova e virarem memes, candidatos chegam cedo para Enem

Estudantes optaram por chegar 1h antes do portão fechar para evitar problemas

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  • Rafaela Fleur

Publicado em 4 de novembro de 2018 às 11:35

- Atualizado há um ano

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O medo de perder a prova e ainda virar meme nas redes sociais motivou muitos candidatos a chegarem cedo aos locais de prova do Enem neste domingo (4). Mais de 398 mil baianos fazem as primeiras provas do exame em 160 municípios, distribuídos em 1.076 locais de prova. 

No Colégio Central, no bairro de Nazaré, e estudante André Lucas, 16, chegou às 10h50. Ainda cursando o segundo ano do ensino médio, o rapaz conta que só veio para viver a experiência. "Vim só ensaiar, mas quero cursar engenharia, na UFBA ou na Uneb". Sobre o tema da redação, André aposta em preconceito linguístico ou fake News. André Lucas aposta que fake news pode ser tema da Redação (Foto: Rafaela Fleur/CORREIO) Já a estudante Tainara Ingrid, 18, saiu de casa às 10h. A jovem, que mora no Jardim Santo Inácio, confessa que um dos seus maiores medos é se atrasar. "Deus me livre, já pensou se algum jornal filma e eu viro meme?", comenta ela, que está cursando o segundo ano do ensino médio no Colégio Célia Mata Pires. Tainara Ingrid ficou com medo de virar meme (Foto: Rafaela Fleur/CORREIO) O estudante Vinicius Nascimento, 19, mora na Mata Escura e chegou no Colégio Central por volta das 11h. O sonho? Fazer fisioterapia. Como hoje é o dia da prova de humanas, o jovem confessa que está tranquilo. "É a minha melhor área, em exatas o bicho pega", revela. A tranquilidade foi tanta que o jovem nem lembrou de trazer lanches para fazer a prova. "Peguei um biscoito aqui de um amigo". Vinicius estava tranquilo para a prova deste domingo, mas esqueceu de levar os lanches (Foto: Rafaela Fleur/CORREIO) Rotina intensa Curso pré-enem, apostilas, horas e horas de estudo. Essa foi a rotina de Maria Eduarda Mota, 19, nos últimos quatro meses. Cursando o terceiro ano do ensino médio, a jovem confessa estar com medo, porém, confiante."Sinto um peso, é uma responsabilidade enorme, sinto que preciso realizar meus sonhos sozinha, correr atrás do meu. Não estava preparada, mas uma hora tudo chega. Tem que enfrentar", comentou. Maria Eduarda teve rotina intensa de estudos para o Enem (Foto: Rafaela Fleur/CORREIO) Aos 18 anos, Lucas Barbosa está cursando o terceiro ano e pretende ingressar em Letras, na UFBA, já no próximo ano."Quero ser professor. A educação tem sido limitada, principalmente agora nesse cenário político, isso aí da escola sem partido. Mas é o que eu gosto, eu quero ensinar. Espero ajudar a transformar essa situação". (Foto: Rafaela Fleur/CORREIO) Tédio de domingo. Essa foi a razão responsável por trazer Emanuelle Cavalcante, 18, ao ENEM este ano. Estudante de pedagogia na UFBA, ela não pretende mudar de curso e veio só para ter o que fazer no fim de semana."Depois vou pra casa dormir!", garantiu. (Foto: Rafaela Fleur/CORREIO) Atraso fake Atraso? Que nada! No Colégio Central, não teve ninguém chorando na entrada dos portões. A única exceção foi o ator Rei Freitas, 24, do coletivo Me Chama, que aproveitou a oportunidade para gravar um vídeo para seu canal no YouTube.  Ao lado do também ator Diego Brito, 28, ele encenou um drama de novela em frente ao colégio. Um pouco mais afastado, Diogo Brito, irmão de Diego, filmava tudo.

Com três meses no ar, o canal Me Chama nasceu da vontade de ampliar um trabalho que já existe há nove meses: o teatro de rua. Todos eles, durante a semana, recitam poesias nos ônibus e realizam apresentações em pontos movimentados da cidade.

*com supervisão de Amanda Palma