Comerciantes relatam prejuízos após explosão de subestação da Coelba, na Federação

Mesmo após o retorno da energia elétrica, quedas ainda foram registradas. 

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  • Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2022 às 13:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Emilly Tifanny/ Correio

Neste domingo (13), um dia após a explosão de subestação da Coelba no bairro da Federação, comerciantes calculam prejuízos por causa da interrupção na distribuição de energia elétrica. A explosão aconteceu no espaço da companhia de energia, localizada na Avenida Cardeal da Silva, na Federação, no sábado (12).

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Houve queda de energia em bairros como Federação, Garcia e Horto Florestal. De acordo com os funcionários dos estabelecimentos comerciais, a interrupção durou em média duas horas. Mesmo após o retorno da energia elétrica, outras quedas ainda foram registradas. 

O pet shop Bellos Pet, na Avenida Cardeal da Silva, ficou no escuro por quase duas horas.Os serviços de banho e tosa foram suspendidos, assim como outros serviços e o atendimento na parte da loja. O prejuízo ainda não foi calculado. "Quando restabeleceu a energia aqui, foi em torno de 16h. Sem luz a gente não funciona. Independente do sistema, temos ventosas, aparelhos que usamos são ligados a energia. Foram mais ou menos duas horas sem atender ninguém, sem nenhuma entrada no caixa", conta a funcionária do pet shop, Geisa Nogueira, de 39 anos. Depois que a distribuição de energia foi retomada o fornecimento no estabelecimento continuou instável. "O prejuízo ainda foi calculado. Quando a nossa energia voltou, eram 14h, mas só conseguimos ligar todas as máquinas às 16h, porque até esse horário ela ligava e desligava, tiveram muitas quedas de energia. Ela ficava ligada, mas se a gente tentasse ligar o ar condicionado parava imediatamente", conclui Geiza. 

A clínica laboratorial, que fica ao lado do pet shop, também sofreu prejuízos. De acordo com uma funcionária que não quis se identificar, por causa da falta de energia, os colaboradores  ficaram impedidos de deixar o local. A porta é elétrica e parou de funcionar durante a interrupção do abastecimento de luz elétrica. 

“Ficamos sem energia, e retornou quase 14h. O problema é que a nossa porta é elétrica. A clínica fecha às 12h, mas nós ficamos presos aqui até a energia se restabelecer. Para poder sairmos, a porta tinha que ser fechada. A maior preocupação foi a possibilidade de o equipamento ter queimado. O sistema não funcionava e os atendimentos pararam, não teve jeito”, explica a funcionária. 

O desabastecimento não durou o mesmo tempo em toda a Avenida Cardeal da Silva. Enquanto os pontos comerciais mais próximos da subestação ficaram até duas horas sem energia elétrica, os estabelecimentos próximos ao Cemitério Campo Santo, permaneceram por no máximo 30 minutos sem energia, de acordo com os comerciantes.

A farmácia de Júlio César, de 39 anos, fica no entorno do cemitério. Nela, a queda de energia durou apenas 10 minutos. “Aqui durou pouco, acho que só uns 10 minutos. Se a gente tivesse duas horas seria um prejuízo grande”, diz Júlio, aliviado.

Segundo o gerente do Mercado e Panificadora Bello Pan, a falta de eletricidade durou 30 minutos. Sem se identificar, ele conta que não perdeu nenhum equipamento, mas o curto tempo sem energia foi suficiente para parar o funcionamento do estabelecimento e algumas vendas serem perdidas, devido a queda do sistema de registros do caixa.

Interrupção no Garcia

No bairro do Garcia, os comerciantes ficaram até uma hora e meia sem abastecimento. A Delicatessen do Sertão, na Avenida Leovigildo Filgueiras, foi um desses locais. De acordo com o gerente Felipe Santana, de 26 anos, a falta de energia durou uma hora e o maior prejuízo foi a perda de vendas. 

“Equipamento não, perdemos vendas. Sem energia não tinha como passar os produtos pelo sistema. Não dava para fazer suco de laranja, nem fatiar queijo. Então a gente teve um prejuízo em vendas”, conta Felipe.

O gerente ainda destacou que tem ocorrido quedas de energia a cerca de um mês no bairro, e que justamente por isso, um apagão maior já era esperado. “Essas quedas estão ocorrendo com frequência. Não foi só ontem. Ontem foi o caos, mas está ocorrendo várias. Cai e volta, tem mais de um mês, o mais comum é a luz, que fica piscando", explica. 

A farmácia Farmácia Menor Desconto, na mesma rua, foi obrigada a fechar por causa da queda. De acordo com a funcionária Arla Carvalho, os colaboradores do comércio só retornaram ao local uma hora e meia depois, para reabrir e tentar amenizar o prejuízo. 

No final de linha do Garcia, o mercado QuatroA, também precisou fechar as portas. Entre 12h30 e 13h a energia caiu e o sistema de vendas do local foi totalmente interrompido. Edleusa Ramos é funcionária do estabelecimento e informou que durante a uma hora que o mercado permaneceu fechado, muitos moradores tentaram comprar velas, mas não conseguiram, porque os caixas não abriram, devido a falta de energia.   

Vídeo: Valma Silva / G1 Bahia

Reabastecimento

De acordo com a assessoria da Neoenergia Coelba, todos usuários afetados pelo desligamento na subestação tiveram o serviço retomado após uma manobra remota na rede elétrica. A distribuidora afirmou que não há feridos. "Equipes continuam trabalhando para identificar as causas da ocorrência e normalizar totalmente o serviço oferecido aos clientes. A empresa não descarta a possibilidade da unidade ter sido atingida por um raio", afirmou a Coelba. 

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier