'Comprar é o meu dom', conta estudante que investiu dinheiro que tinha em bolsa

Veja como aproveitar ofertas da Black Friday sem cair em ciladas

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Mariana garante: "Comprar é o meu dom" (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) Imagine ter R$ 400 na conta. O que você faria com o dinheiro? Para a estudante Mariana Gama, 24 anos, não restava dúvidas: investiria R$ 300 para comprar aquele bolsa linda e caríssima que ela viu numa vitrine e se apaixonou imediatamente. E foi exatamente o que ela fez. Deu vontade? Compra, ué. E no restante do mês, Mariana se contentou em passar os dias olhando a caríssima bolsa e se alimentando da felicidade que ela oferecia.

Sempre que possível, Mariana ainda utilizava o cartão de crédito para comprar uma coisinha ou outra, afinal de contas ela se conhece como ninguém e garante:“Comprar é o meu dom”, diz a estudante.Nesta sexta-feira (23), Mariana será uma das baianas a sair de casa para aproveitar a Black Friday, evento tradicional dos Estados Unidos, que já entrou no calendário de final de ano no Brasil como termômetro para as vendas do Natal. Estudante de Letras Vernáculas na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e professora de redação em um cursinho pré-vestibular de Salvador, a jovem contou à reportagem do CORREIO que passou a semana sonhando com a “data comemorativa” para colocar em prática o seu grande talento.

"Ontem, fui pra farmácia e vi uma promoção de desodorante. Era pra pagar um e levar três! Só que o estoque tava vazio e eu não levei. Mas com certeza eu vou voltar lá pra comprar na sexta (hoje) depois que eles reabastecerem”, garante a estudante.

Mariana realmente é louca por compras. E assume isso com naturalidade. Certa feita, a estudante comprou um celular - em uma das raras vezes que ela se planejou para fazer uma compra. Junto ao aparelho, veio um plano da operadora com a qual o aparelho era vinculado.

Com o passar do tempo, o plano ficou pesado no bolso de Mariana e ela deixou de lado o pagamento: a pendência gerou as famosas cartinhas de cobrança em sua caixa-postal e ela descobriu que estava com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Colocada contra a parede, a solução mais prática era ir até o órgão e tentar renegociar a dívida. Eis que, no caminho, ela pensou o seguinte: “Endividada eu já estou. Então, vou terminar de gastar o que deixarem e depois faço a negociação”, confessa.

E aí a jovem se viu no paraíso: comprou bolsas, roupas, sapatos e maquiagens. Estourou limite de cartão de crédito e cheque especial. O resultado de tudo isso? Uma dívida de R$ 4 mil, que ainda não foi saldada.

“Já fui negociar e eles abaixaram bastante o preço [da dívida]. Mas eu tenho medo de pagar a dívida porque sei que vou fazer tudo de novo”, conta aos risos.

Black Friday Não adianta aproveitar a promoção e se endividar depois. Veja como comprar com segurança nesta Black Friday, em Salvador. O advogado especializado em Defesa do Consumidor, Sérgio Tannuri, aconselha:

“O cidadão deve pesquisar a reputação da loja, se ela possui denúncias ou reclamações (e se as solucionou) e observar também se a loja possui endereço físico e com canais de comunicação com o comprador, como chat, e-mail, números de telefone etc”. Também é importante comparar os preços e verificar se, de fato, o produto ofertado está mais barato.