Comunicação como cultura

Marcelo Gentil é diretor do Capítulo Bahia

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  • Marcelo Gentil

Publicado em 24 de maio de 2018 às 00:10

- Atualizado há um ano

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Houve um tempo que comunicação era simplesmente uma área e, enquanto tal, estava restrita praticamente a si mesma. Naquele tempo, profissionais especializados, fossem eles jornalistas, relações públicas ou publicitários, atuavam de forma exclusiva criando e gerindo ferramentas voltadas para públicos específicos.

Na era da internet das coisas e da inteligência artificial, aquele tempo não existe mais. Comunicação pode, de fato, ser gerida, mas não é mais exclusiva de uma área ou de profissionais específicos. As competências necessárias foram alargadas para profissionais com outras formações. Os públicos também foram ampliados, ativando novos diálogos e responsabilidades conjuntas. Tudo está integrado e convergente, e privacidade é algo que não existe mais.

Áreas de conhecimento foram aglutinadas, como, por exemplo, a comunicação e o marketing. A comunicação de interesse público ganhou relevância a partir da vigilância constante do cidadão, que passou a exigir novas práticas pessoais e empresariais baseadas em condutas éticas e sistemas de conformidade para além dos discursos. Ampliou-se a necessidade de comunicação para governança, o que fez emergir novas áreas de pesquisa, como por exemplo a comunicação de risco e a comunicação sustentável.

Tudo está mais imediato, fluido, líquido. Estamos em profunda transição, mas muitas empresas e profissionais continuam rodando no modelo mental do século passado, atuando em mão única ou estimulando posicionamentos laterais carregados de ideologia política rasa e pouca contribuição efetiva para o desenvolvimento social. A comunicação empresarial nunca mudou tanto como nos últimos 50 anos e nunca vai mudar tanto como nos próximos 50. Hoje, as ainda pouco compreendidas fake news preocupam a todos por conta do seu poder “explosivo” e nocivo.

Em 2018, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), entidade sem fins lucrativos com mais de 500 associados em todo o país, escolheu o tema Comunicação como Cultura para inspirar seus projetos e ações. Enquanto rede de diálogos, conhecimentos e experiências, a entidade reaqueceu seu Capítulo Bahia para que os profissionais e empresas locais sejam incentivados a fortalecer a comunicação, reforçando o papel estratégico e cidadão do comunicador. É preciso lembrar que comunicação é um direito humano fundamental e, enquanto tal, é basilar para uma sociedade efetivamente democrática.

Para marcar este novo momento, a entidade vai promover, no dia 7 de junho, na sede da Odebrecht, em Salvador, o 1º Encontro Aberje Bahia. Na programação, palestras e cases de sucesso sobre Comunicação 4.0, Reconstrução Reputacional e Comunicação Integrada. O evento, gratuito, é voltado para profissionais da área, além de convidados e associados. Na programação, palestras da Coelba, Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e Odebrecht.

Convido você a pensar como serão os próximos 50 anos da Comunicação. Vamos caminhar juntos?

Marcelo Gentil é diretor do Capítulo Bahia da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).