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Por Cláudio Cunha*
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
Há alguns meses temos comemorado e analisado a retomada da economia no País e os seus impactos positivos sobre diversos setores. O mercado imobiliário é um dos beneficiados com esse cenário de recuperação.
No entanto, há de se destacar que ainda esbarramos em alguns gargalos estruturais, como a falta de celeridade e de planejamento por parte das concessionárias de serviços públicos, o que resulta em prejuízos para diversas etapas de um empreendimento.
Água, energia elétrica e telefonia são serviços que dependem da execução das concessionárias e têm efeito direto sobre o projeto e a entrega de lançamentos imobiliários. Quando a concessionária é eficiente e célere, o empreendimento segue o seu curso normal.
Porém, quando a concessionária não faz a sua parte, o ritmo da obra não consegue caminhar de acordo com o planejado, causando atrasos e prejuízos. Com isso, perde o próprio consumidor, que se vê mais longe do sonho da casa própria ou do novo imóvel.
A lógica é bem simples. Não podemos entregar um imóvel sem paredes e portas. Mas e quando a presença de determinados elementos não depende da construtora?
Isso é o que acontece com serviços básicos como água e esgoto, ou eletricidade, os quais muitas vezes não estão disponíveis em tempo hábil. E isso afeta todas as etapas do projeto de um empreendimento, desde a sua concepção, aprovação, construção, até a entrega.
As concessionárias precisam investir em planejamento, fazer o dever de casa que já deveriam ter começado há uma década para acompanhar o crescimento da população de Salvador (de 0,54% entre 2016 e 2017) e de sua Região Metropolitana (0,77% no mesmo período).
De acordo com o IBGE, a taxa de crescimento populacional da Região Metropolitana de Salvador (RMS) ocupa a sétima posição entre as 28 regiões metropolitanas do Brasil e concentra 1,9% da população nacional.
Com números como esses, as concessionárias já deveriam estar investindo no aumento da sua infraestrutura, como, por exemplo, na instalação de novos mananciais e em novas ligações de água e esgoto. Mas o que se vê é que algumas concessionárias não têm cumprido o seu papel de promover (ou minimamente acompanhar) o desenvolvimento socioeconômico da nossa região.
Sem tais serviços básicos, não se pode entregar as chaves de empreendimentos como Minha Casa Minha Vida, ou o primeiro imóvel do casal, ou a desejada casa de praia, ou qualquer que seja o sonho e a necessidade do consumidor.
Toda a rede de serviços de água, energia elétrica e telefonia faz parte da estrutura que viabiliza o mercado imobiliário. Por isso mesmo, de nada adianta vivermos um período de retomada econômica, se o sistema como um todo não estiver em sintonia com esse movimento.
O que cabe a nós é cobrar mais compromisso e eficiência das concessionárias a fim de que executem os serviços de forma célere e planejada. Só assim poderemos finalmente colher de forma plena os frutos do crescimento econômico que todos nós temos almejado.
*Cláudio Cunha é presidente da Ademi-Ba.