Confira dicas para transformar seu hobby em um negócio

Um hobby pode se tornar negócio com pesquisas e planejamento

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  • Maryanna Nascimento

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Pixabay

Deise Lobo é cozinheira, Estela Luana Fernandes trabalha com maquiagens e Mariângela Sampaio tem um ateliê de costura. Apesar das áreas de atuação serem diferentes, as três têm um ponto em comum: transformaram um hobby na principal fonte de renda. Para se aventurar como elas no empreendedorismo, porém, é preciso mais do que paixão pelo que faz, é importante planejar o próprio negócio.

Segundo André Gustavo, técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) da Bahia, independente de surgir como um hobby, o primeiro passo antes de abrir um negócio é saber se há pessoas interessadas no produto ou serviço. “Sozinho já é possível fazer essa análise. Para se aprofundar, ainda é possível fazer uma pesquisa e ouvir pessoas que têm ligação com o perfil do negócio”, explica. Se o interesse é vender algo relacionado com videogames, por exemplo, é importante consultar pessoas que jogam.

Após saber que existem interessados no que será oferecido, o próximo passo é fazer o planejamento de como implantar o negócio. “É necessário modelar a ideia. Onde encontro fornecedores? Quem serão os meus parceiros? Quanto preciso de dinheiro? É preciso transformar a ideia em um projeto e existem ferramentas como o Canvas (www.sebraecanvas.com) que podem ajudar nisso”, indica André.

Mariângela seguiu esse caminho. Após demissão voluntária de uma empresa e a morte da mãe, ela sentiu necessidade de fazer alguma atividade que a distraísse. A escolha foi a costura. “Comecei para passar o tempo e isso teve um efeito tão positivo que veio a motivação, como plano de vida. Aquela era a reconexão com a minha mãe, que costurava e bordava, e vi que a arte podia ser a cura para muitas coisas emocionais”, revelou. 

A certeza de que deveria investir no negócio começou a surgir quando ela visitou feiras de patchwork (técnica que une tecidos com padrões diferentes) no sul do país. Quando retornou para Salvador, ela decidiu encarar o desafio. “Eu só tinha vontade, faltava instrução. Fiz uma consultoria para saber sobre o investimento e os riscos”, explica. Deu certo. Há oito anos, Mariângela administra o Ateliê Flor de Pano, espaço que oferece cursos e produtos de patchwork e emprega seis pessoas.

E os clientes?

Para conquistar clientes, quem transformou o hobby em negócio pode estar um passo à frente. Isso porque é possível que esse empreendedor já se “relacione com pessoas que gostam da mesma coisa e isso pode fortalecer o negócio”, diz André.

Prova disso é Estela. Desde os 16 anos ela gostava de maquiar, mas por anos levou isso apenas como hobby. “Fiz o curso de Comércio Exterior e desisti no meio do caminho, com Administração foi o mesmo. Decidi largar tudo e comecei a trabalhar com beleza, que é o que amo”, diz. Segundo ela, a descoberta de que a maquiagem poderia ser a sua principal fonte de renda veio por acaso. “Fiz um freela como cabeleireira e acabei maquiando também. Gostaram tanto que a minha própria cliente me promoveu e percebi que aquilo dava certo”. Hoje, trabalhando em média três vezes por semana, ela recebe cerca de R$ 10 mil por mês.

Transforme seu hobby em negócio

Público - Para saber se o hobby tem viabilidade para se tornar uma fonte de renda é preciso pesquisar. Se houver gente interessada no possível produto ou serviço, pode seguir para o próximo passo.

Modele a ideia - Procure alguma ferramenta, como a Canvas do Sebrae, que possibilite visualizar o seu negócio. Antes de investir, é preciso saber quem serão os fornecedores, local de trabalho, fonte de investimento e afins.

Acione sua rede - Mais amigos gostam da mesma coisa?  Apresente a ideia para eles. Crie perfis nas redes sociais, escreva sobre o assunto e mostre propriedade.

Home office - Se for fazer em casa, tenha disciplina. Defina horários e se organize para não misturar as coisas.