Conheça as festas alternativas mais quentes de Salvador

Elas agitam as madrugadas soteropolitanas e são bem diferentes das boates engomadinhas

  • Foto do(a) author(a) Rafaela Fleur
  • Rafaela Fleur

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 08:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Back in Bahia  Quero ver você passar debaixo da cordinha, viu? (Foto: Taylla de Paula/Divulgação) Há quem diga que o Carnaval  de Salvador é o melhor do mundo. Se você concorda e quer alguns dias a mais de curtição, vá à Back in Bahia (@backinbahiafesta). Ali, a folia acontece uma vez por mês - às vezes até duas.  Se você der sorte, pode até esbarrar com Caetano Veloso, que já foi duas vezes. O cantor gostou tanto que chamou o criador da festa, Ian Fráguas, 27, para tocar no Réveillon em sua casa, no Rio Vermelho. Na ocasião, a atriz americana Queen Latifah se acabou improvisando uma cantoria de Popa da Bunda. Ian Fráguas (@ianfraguas) é produtor da BiB e já tocou até na casa de Caetano Veloso (Foto: Taylla de Paula/Divulgação) Há quatro anos, a festa acontece na Commons Studio Bar (Rio Vermelho). No repertório, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Bel Marques, Gal Costa  e tudo mais que tiver sangue baiano nas veias. Lá, como diz o bordão, é tudo nosso.   E tudo começou em 2014, no Festival da Primavera, quando um amigo de amigos estava voltando de um intercâmbio.  “O nome da festa é por causa disso. Back in Bahia significa ‘de volta à Bahia’. A ideia era fazer uma recepção pra ele”, explica Ian, que, nessa época, era apenas DJ. O sucesso foi tanto que ele não durou mais de uma edição no posto. Hoje, apesar de continuar comandando as pick-ups, é o produtor da festa e responsável por tudo o que acontece nela.  Música baiana é o principal ingrediente no repertório da festa (Foto: Taylla de Paula/Divulgação) Além do repertório característico, a Back in Bahia se destaca pela decoração. Formado em artes e cinema, Ian faz questão de caprichar no visual, que conta com projeções de pontos turísticos e elementos do estado. A BiB, apelido da festa, tem três edições especiais no ano: Lavagem, Nordeste e Karaokê. 

A Lavagem, aniversário da festa, acontece em setembro, com direito a muita produção. “Ano passado, servimos abará, acarajé, passamos alfazema e distribuímos colares de  Gandhy”, relata o produtor. Na edição Nordeste, artistas da região são os responsáveis por animar a noite. “Precisamos fortalecer o regional. Somos muito ricos musicalmente”, explica. Já quando chega a Karaokê, microfone na mão e pé no palco: o público se sente puxando um trio elétrico.  Na edição Karaokê, o público solta a voz ao som de grandes hinos do carnaval baiano (Foto: Taylla de Paula/Divulgação) O ingresso custa R$ 15 até 0h e R$ 20 após esse horário. A festa de janeiro acontece no próximo sábado. Chegue cedo: costuma esgotar a capacidade da casa, que é de 300 pessoas.

Young Party  Além da música alternativa, os visuais superproduzidos se destacam na Young (Fotos: Matheus Thierry/Divulgação) Se você gosta de música pop, passe longe da Young (@yngparty). Musas como Lady Gaga, Beyoncé, Ludmilla e Anitta não têm vez no repertório da balada. Lá, o que toca é música alternativa, underground e muito indie. “Quem gosta se apaixona e vai em todas as edições. Já quem não curte, não volta nunca mais. É ame ou odeie”, comenta o produtor Mateus Aquino. Mateus Aquino (@aquinoteus) criou a festa em 2016 (Fotos: Matheus Thierry/Divulgação) Criada em setembro de 2016, a Young se propõe a ser muito mais que uma festa: é um acontecimento. Ao passar na fila do evento, que hoje se forma nos portões da XYZ (R. João Gomes, 249, Rio Vermelho), você pode até pensar que se trata de algum evento de moda. A galera capricha - e muito - no visual. Maquiagem carregada, saltão, unhas postiças e até peruca compõem as produções arrasadoras do público, que comparece montadíssimo. “Sei de pessoas que compram roupa só pra vir na Young, que realmente esperam pela festa e se arrumam. Fico muito feliz com isso”, relata o produtor. Peruca e maquiagem carregada são mega comuns na festa (Fotos: Matheus Thierry/Divulgação) As fotos da festa são outro sucesso: com edição vintage, remetem à fotografia analógica tirada com câmeras instantâneas, como a Polaroid. Fotógrafo, Mateus preza pelo visual da festa e acredita que, sem esse detalhe fundamental, ela não seria o sucesso que é. “As fotos vendem a Young. Chama a atenção das pessoas”, observa. Além dos registros da noite, que são feitos pelas lentes de Matheus Thierry, o evento conta com uma espécie de minifilme, que antecede todas as edições.  A Young acontece todo mês na XYZ (Foto: Matheus Thierry/Divulgação) Na última sexta-feira (19), foi inaugurada a segunda fase da festa. Com DJs mais experientes, como Ive Brito e Belle, ambas baianas, o evento também lançou performances de drag queens. “Nenhuma Young é igual a outra. Todas trazem coisas diferentes. Sou chato com isso, preciso trazer novidades”, explica Mateus.

Para 2018, além da nova fase da festa, existem outros planos. Dentre eles, levar a celebração mensal para outras 3 capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Os ingressos custam R$ 20.

Menina Veneno Comandada por mulheres, na Menina Veneno não tem espaço pra machismo (Fotos: Matheus Thierry/Divulgaçã) Um lugar para se sentir livre. É esse o lema da Menina Veneno (@festameninaveneno). A regra, no entanto, não vale se o você em questão for um sujeito machista. Na festa, que acontece quase sempre no segundo sábado do mês, na XYZ (R. João Gomes, 249, Rio Vermelho), não tem espaço pra isso: quem comanda são as mulheres.

Lançada em 9 de julho de 2017, a Menina Veneno é uma festa completamente elaborada pelo sexo feminino. Seguranças, baristas, produtoras, sem exceção, são todas moças. A música fica por conta de um quinteto que, até então, é fixo: Nai Sena, Bruna Rios, F.erloma (Fernanda Sestelo e Paloma Savedra) e Ana Julieta Garcia que, além de DJ, é produtora da festa. “Eu sempre fui festeira. Meu pai dá graças a Deus que arrumei um jeito de ganhar dinheiro com isso”, ressalta Ana, que abandonou escritório de arquitetura ano passado para se tornar diretora de eventos da XYZ.  Além de DJ e produtora da Menina Veneno, Ana Julieta (@anajulietag) é diretora de eventos da XYZ (Foto: Matheus Thierry/Divulgação) Com muitos anos trabalhando na noite soteropolitana, Ana Julieta, 28, já produziu a festa Apartamento 31, em 2015, além de muitos agitos na Faculdade de Arquitetura da Ufba, onde se formou. Toda essa vivência na noite a fez perceber que esse universo era majoritariamente formado por homens. “Sempre fui feminista. Temos que estar representadas em todos os nichos, meio a meio. Quero lutar por isso. É um ato político. Não deveria ser extraordinário uma festa organizada só por mulheres, já que temos o contrário”, comenta. Os homens também se divertem na festa (Fotos: Matheus Thierry/Divulgação) Na caixa de som, pop, funk e, como diz o cartaz do evento, o que ocorrer. Nada de restrições, o importante é fazer todo mundo se acabar na pista. Além de ritmos variados, não pode faltar muito glitter e purpurina. Brilho no corpo é quase obrigação! Mesmo trabalhando, a diversão entre as meninas é garantida (Foto: Matheus Thierry/Divulgação) Se você ficou com vontade de aproveitar tudo isso, fica a dica: chegue cedo. A média de público da Menina Veneno é de 500 pessoas por noite. Caso queira se prevenir ainda mais, vale comprar pela internet. O preço, inclusive, é menor: R$ 25. Para quem preferir comprar na porta, sobe para R$ 35.

Oxe 071  A OXE 071 é pura quebradeira (Fotos: Antonio Chequer/Divulgação) Esqueça o conceito de música eletrônica que você conhece. Aqui, o tuntz tuntz tuntz é temperado com muito dendê. Axé e pagode também tocam, claro, mas com um ritmo totalmente diferente do que estamos acostumados a ouvir. Na OXE 071, quem impera é o Bahia Bass, uma espécie de quebradeira percussiva, carinhosamente apelidada de música eletrônica baiana. Tipo a ÀTTØØXXÁ, que toda edição toca. Além dos djs, a festa aposta em shows para agitar a noite (Fotos: Antônio Chequer/Divulgação) Querendo colocar todo mundo pra dançar até o chão, a OXE 071 surgiu em julho do ano passado. Após observar e viver de perto a noite de Salvador, a  publicitária e produtora cultural Gabriela Souza, 23, ficou com vontade de criar oportunidades para que baianos e turistas pudessem desbravar a cidade através da música. Para isso, ela chamou um grupo de amigos e montou o Coletivo OXE 071 (@coletivo_oxe071), que deu origem à festa. Gabriela Souza é produtora da OXE 071 e publicitária (Fotos: Antônio Chequer/Divulgação) Todas as edições são temáticas e com decoração específica, ou seja, a experiência é sempre diferente. Além das clássicas bebidas vendidas no bar do evento (cerveja, refrigerante, vodka, uísque, gim, energético e catuaba), rola drinque de boas-vindas com Campari, patrocinadora do evento. Todos os convidados são recebidos com drink especial da marca Campari, patrocinadora oficial da festa (Fotos: Antônio Chequer/Divulgação) Com apenas duas edições, a festa é sucesso absoluto: lotou a casa de show XYZ (R. João Gomes, 249 - Rio Vermelho) com 980 pessoas. Do lado de fora, outras 150 esperavam ansiosas para entrar. O que a diferencia das outras, segundo Gabriela, é a pluralidade. “A OXE é um encontro de ritmos, culturas, tribos e ideologias. A festa acontece na rua para a rua. Nosso objetivo principal é mostrar o que aqui é feito e toda capacidade musical entranhada em nossos becos e vielas”, acredita a produtora.

O ingresso vai de R$ 25 (comprando antecipadamente) e pode chegar aos R$ 60 dependendo da lotação da casa.

Sobre o Sou Verão

Música e diversão são oferecidos pelo Sou Verão - projeto do Correio realizado com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio do Sabin, Vitalmed e O Boticário. 

No dia 27 de janeiro, no Farol da Barra, das 8h às 12h, o público poderá se divertir com patins e longboard, tendo o suporte de instrutores que atendem de forma gratuita, a partir de inscrições feitas no local.