Conheça Geraldo Júnior, futuro presidente da Câmara Municipal de Salvador

Após desistência de Kiki Bispo, ele será candidato único nas eleições desta quarta

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 21:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Robson Mendes/Arquivo CORREIO

As eleições para a presidência da Câmara Municipal de Salvador (CMS) acontecem nesta quarta-feira (31), às 15h, mas não é novidade para ninguém o nome do novo comandante do legislativo da capital baiana: o vereador Geraldo Júnior (SD).

Após intensas articulações, Geraldo conseguiu reunir maior volume de apoios e construiu a unidade em torno de sua candidatura, que é defendida pelas bancadas de governo e oposição. Dos 43 vereadores, 42 declararam apoio a ele. Somente Hilton Coelho (PSOL) decidiu não marchar com Geraldo. 

Os outros dois interessados na disputa pelo comando da Câmara, Kiki Bispo (PTB) e Claudio Tinoco (DEM), retiraram seus nomes e declararam apoio ao candidato que havia levado a melhor nas articulações. 

O novo presidente vai administrar, a partir de 2019, um orçamento de R$ 187 milhões e um quadro de pouco mais de mil servidores, entre efetivos e comissionados. Além disso, terá pela frente desafios de dar continuidade a projetos já iniciados na gestão de Leo Prates (DEM), que deixa a presidência no final do ano e assume uma cadeira na Assembleia Legislativa a partir de janeiro. Com a vitória garantida, a montagem da Mesa Diretora da CMS começou a ser definida. Além do presidente, outros dez postos na mesa devem ser definidos nesta quarta. A primeira vice-presidência, considerada o segundo cargo mais importante da Casa, deve ficar com Kiki Bispo, que havia polarizado a disputa com Geraldo. Kiki e Geraldo disputavam com mais intensidade o comando da Casa, mas o retorno do do integrante do SD à Câmara foi crucial para a vitória. Ele ocupa o posto de secretário municipal de Trabalho, Esporte e Lazer e voltou à Casa no último dia 15 para intensificar as movimentações pela presidência. 

A nova mesa diretora deve ter ainda os vereadores Isnard Araújo (PHS) e Joceval Rodrigues (PPS) na segunda e terceira vice-presidência, respectivamente. Isnard, que comandava a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza, retornou à Câmara para votar e deve permanecer. Quem também retorna é Claudio Tinoco, secretário de Turismo e Cultura da capital, mas este sem definição sobre permanência no legislativo. 

A primeira secretaria vai permanecer com o Podemos, agora com Carlos Muniz no lugar de Toinho Carolino. Orlando Palhinha (DEM), Téo Senna (PHS) e Ana Rita Tavares (PMB) são os favoritos para ocuparem a segunda, terceira e quarta secretaria. Já Duda Sanches (DEM), é cotado para ser o corregedor. Aladilce Souza (PCdoB) deve ser a ouvidora da Casa, enquanto Daniel Rios (MDB), o ouvidor substituto.

Reeleição O tempo máximo de um vereador em um cargo da mesa diretora é de 2 anos, sem reeleição. Uma brecha no regimento da Casa, contudo, pode permitir a recondução de Geraldo em 2021, caso ele queira. Isso porque o regimento proíbe a reeleição dentro da mesma legislatura. Contudo, em 2020 serão realizadas as eleições municipais e, no ano seguinte, começa uma nova legislatura na Câmara. 

Após desistir da candidatura, Kiki Bispo afirmou que “Geraldo tem todos os requisitos e credenciais para se manter no cargo, e vai ser um processo natural a reeleição dele para presidente da Câmara”.

Já o atual presidente da CMS, Léo Prates (DEM), destacou que pretende finalizar a gestão “de forma harmônica, mantendo diálogo permanente com o futuro presidente da Casa”. Em tom de despedida, o futuro deputado estadual afirmou que “foi um período de muito aprendizado” e disse, ainda, ter “certeza de que Geraldo Júnior tem toda a capacidade para fazer uma grande gestão à frente da Câmara”.

“A disputa começou de forma antecipada, até porque Léo Prates não poderia mais se reeleger, de acordo com o regimento interno da Câmara. A disputa ganhou um contorno mais robusto depois e nós já tínhamos acertado, entre os concorrentes, que aquele que conseguisse mais apoios levaria. Com o retorno de Geraldo Júnior, após o feriado do dia 12, tivemos dias intensos de batalhas para angariar os apoios e ele conseguiu mais do que eu, e teve também o apoio da base”, disse Kiki Bispo sobre a corrida pela presidência.

Novo presidente terá dois meses de transição Com a eleição já nesta quarta, Geraldo terá dois meses de transição, para se inteirar sobre a gestão de Leo Prates e traçar suas próprias metas. Ao passar o bastão, Prates deixa com Geraldo a incumbência de convocar os aprovados no concurso realizado este ano, já que o atual presidente, por restrições da legislação eleitoral, não pode. 

Vai tocar, também, a parceria com a Agência Nacional de Cinema (Ancine) para a produção de conteúdo para a Câmara, inclusive com o lançamento dos primeiros editais culturais pela Casa. Na era Geraldo também deve ser votada a Lei Orgânica do Município. 

Leo Prates ressalta que um dos legados de sua gestão foi a criação da Rádio Câmara e o convênio com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que permite uma auditoria permanente na Casa. Ele reativou a Câmara Itinerante, que leva sessões aos bairros, a Escola do Legislativo Péricles Gusmão Régis, e o Colegiado de Presidentes das Comissões. 

Ele cita, ainda, como legado a internacionalização da Câmara, que passou a ser integrante da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA). Além disso, uma parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai permitir a reforma do legislativo. 

Perfil de Geraldo Júnior Geraldo Alves Ferreira Júnior, ou, simplesmente, Geraldo, nasceu em 07 de maio de 1969. Ele se formou em Direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) e fez pós-graduação em Processo Civil, dando início à carreira profissional na advocacia privada.   Entre 1993 e 2000, na gestão da  prefeita Lídice da Mata, Geraldo Júnior foi coordenador Jurídico da Companhia Municipal de Abastecimento (Comasa) e, na administração do ex-prefeito Antonio Imbassahy, foi subcoordenador das administrações regionais de Salvador. Em seguida, foi convidado a assumir as funções de chefe de gabinete e conselheiro do deputado estadual Jurandy Oliveira.

A chegada à Câmara Municipal de Salvador aconteceu em 2011, quando assumiu a vaga deixada por Luizinho Sobral. Ainda nesse período, Geraldo foi presidente da Comissão Especial de Reforma da Lei Orgânica do Município e do Regimento Interno da Câmara Municipal.

No Biênio de 2012-2013 o vereador do SD assumiu o cargo de Corregedor Geral da CMS e, no biênio seguinte, foi eleito 1º vice-presidente da Casa. Nesta posição, Geraldo fez parte de importantes Comissões da Câmara Municipal, como Membro das Comissões de Constituição, Justiça e Redação Final (CCJ); Finanças Orçamento e Fiscalização; Vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo.

O vereador também foi membro da Comissão Especial de Acompanhamento aos Assuntos Referentes à Copa do Mundo de 2014. Outro destaque dado ao futuro comandante da CMS foi como Presidente da Comissão Especial de Acompanhamento dos Assuntos Referentes ao PDDU e LOUS.

Em 2016, com a reeleição do prefeito ACM Neto, Geraldo Júnior foi nomeado Secretário Trabalho, Esportes e Lazer. Entre os principais projetos conduzidos por ele na pasta estão a implantação da Piscina Olímpica de Salvador e a retomada da construção dos centros integrados de esporte de Itapoan e São Marcos.. Dois dias depois, ele reassumiu a Secretaria. A volta à CMS aconteceu em 16 de outubro deste ano, já tendo em vista a cadeira da Presidência, plano que se concretiza nesta quarta-feira (31).

*Com supervisão do editor Flávio Oliveira.