Conheça os mais novos museus de Paris e Amsterdã

Capitais da França e da Holanda ganharam espaços culturais

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 07:00

- Atualizado há um ano

Com 834 mil habitantes, Amsterdã, a bela capital da Holanda, é muito mais do que o famoso Red Light District (quarteirão de luzes vermelhas cheio de vitrines onde prostitutas oferecem legalmente seus serviços) e os coffeshops liberais nos quais pode-se comprar e fumar maconha de várias partes do planeta.

O Red Light District e os cofeeshops são chamarizes chichês diante da diversidade de atrativos e da combinação original de modernidade e história que a cidade de 165 canais oferece aos 17 milhões de turistas que a visitam anualmente.

Originária de uma vila de pescadores do século XII, Amsterdã tem mais de 60 museus e uma vibração cultural intensa que vai desde o Museu Van Gogh, com a maior coleção mundial de obras do mestre da pintura, até a moderna torre A’Dam, com 21 andares (um dos prédios mais altos da cidade e, por isso, localizado em seu entorno) voltados à cultura e à indústria da música, sem falar nas baladas noturnas.

Em dezembro, estive em Amsterdã - onde as bicicletas ocupam lugar de hora na mobilidade urbana - e selecionei três lugares especiais que você merece conhecer na cidade.

*O jornalista viajou a convite da Gol, Air France-KLM e The Leading Hotels of The World

A’Dam TowerA torre A’Dam: um  prédio de 21 andares dedicados à música (fotos/divulgação)Cidade de charmosos prédios baixinhos e tortos, Amsterdã tem raros arranha-céus. Todos, localizados no seu entorno, bem longe do centro. O mais vistoso e moderno é o A’Dam, uma torre de 21 andares localizada na região norte e onde funcionou até 2009 a sede da multinacional Shell na Holanda.

Depois de dois anos de reforma, o A’Dam abriu em maio de 2016 e seu nome significa Amsterdam Dance and Music, uma referência a condição de capital europeia da música eletrônica e que reflete também o novo e multifuncional conceito do arrojado prédio de quase 100m de altura, projetado por Noel e Kaan Architects.  No alto do A’Dam tem o Over the Edge, balanço que permite você apreciar no ar o chão 21 andares abaixoTudo gira em torno da música: escritórios, um club noturno, café, restaurante (o Moon, que gira lentamente e proporciona 360º de visão da cidade), hotel butique, escola de música, um ponto de observação e loja de souvenirs.

Com o nome de A’Dam Lookout, os dois últimos andares possibilitam (ao custo de 12,50 euros) uma vista especular de Amsterdã. Para chegar lá, o visitante entra num elevador, com música eletrônica e jogo de luzes em Led, que direciona os seus olhos para a parte superior transparente que permite avistar o teto do último andar. Ele sobre os 21 andares em 20 segundos. É tipo um túnel dance rumo ao céu!

Van Gogh MuseumDetalhe do importante Van Gogh Museum, que foi inaugurado em 1973É impossível para um admirador da arte moderna e do mestre do impressionismo não ficar extasiado ao visitar o Van Gogh Museum, que ocupa dois bonitos edifícios da Museumplein, ambos projetados pelo arquiteto Gerritt Rietveld. Eu não fui uma exceção, claro. Visita (17 euros) obrigatória em Amsterdam, o museu abriga mais de 200 pinturas e 500 desenhos de Vincent van Gogh (1853-1890), além de uma coleção de gravuras japonesas que pertencia ao artista.

Van Gogh, de vida breve e conturbada (incluindo problemas psicológicos), deixou toda a sua obra para o irmão Theo. Com o tempo, algumas peças foram vendidas e outras preservadas. Em 1962, as obras foram transferidas para a Fundação Van Gogh, que cedeu-as permanentemente para o Museu, inaugurado em 1973.

Com três andares e aberto durante todos os 365 dias do ano (recebe mais de 1 milhão de visitantes anualmente), o Van Gogh Museum possui também uma grande coleção de obras de outros pintores impressionistas e pós-impressionistas do século XIX, com os franceses Paul Gauguin e Henri Toulouse-Lautrec, amigos do anfitrião.

Eye Film InstituteO design moderno do instituto dedicado ao cinema, um projeto do arquiteto austríaco Delugan MeisslVizinho da A’Dam Tower, localizado às margens do rio Ij e inaugurado em 2012, o Eye Film Institute - sucessor do Film Museum - impressiona pela beleza da arquitetura e  relevância do acervo, composto por 37 mil filmes, 60 mil pôsteres, 700 mil fotografias e 20 mil livros.Num jogo estético que mescla linhas oblíquas e muita transparência, a arquitetura do prédio - projeto do escritório do austríaco Delugan Meissl - cria um interessante jogo de luzes e sombras, fazendo com que elementos naturais (sol e água) façam parte do espaço interno. É uma atmosfera visualmente rica e muito original.

O instituto abriga uma exposição permanente sobre a história do cinema, mostras e instalações temporárias (eu visitei a interativa Celluloid, sobre a história do celulóide), quatro salas com programação de vários países, salas para concertos e uma lojinha onde quem é cinéfilo deixa alguns - ou muitos - euros com prazer.

Outro destaque do Eye Film Institute é o seu restaurante/café, banhado pela luz natural e com comidinhas deliciosas. Enfim, uma visita obrigatória em Amsterdã para quem ama cinema e arquitetura.

Paris respira arte - Fondation Louis VuittonA bonita Fundação Louis Vuitton com as cores do artista Daniel BurenEntre os tradicionais monumentos, passeios e compras pelas avenidas cheias de charme da Cidade Luz e pausas em cafés e degustações gastronômicas, o turista parisiense desde 27 de outubro de 2014 tem uma ótima atração a mais para conhecer na capital da França. Em especial, se ele ama arte contemporânea e arquitetura.

Localizada no Jardim D’Acclimatation, área do parque Bois de Boulogne, e projetada pelo arquiteto canadense-americano Frank Gehry (que também assina o Museu Guggenheim, em Bilbao), a Fundação Louis Vuitton já impressiona pelo prédio em si, constituído de enormes placas de vidro sobrepostas.

Desde abril de 2016, inclusive, o prédio recebe uma instalação do artista francês Daniel Buren: suas três mil peças de vidro sofreram interferências de 13 diferentes filtros coloridos. Visitei o museu sob essa atmosfera visual, em dezembro.

Inteligente jogada de arte e marketing, a Fundação recebe obras da coleção do empresário Bernard (proprietário da Louis Vuitton), concertos musicais (o pianista Lang Lang e o grupo Kraftwerk já se apresentaram lá) e mostras de renomados artistas. No momento (e até 20 de fevereiro), apresenta Icons Of Modern Art, com peças do lendário colecionador russo Serguei Shchukin.