Coronavírus já provoca atraso na entrega do botijão de gás em Salvador

Com mais gente em casa, demanda do produto fica alta

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  • Da Redação

Publicado em 25 de março de 2020 às 20:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Agência Brasil

Os soteropolitanos estão em isolamento social para tentar frear o avanço do novo coronavírus em Salvador. Com mais tempo em casa e cumprindo as medidas de prevenção, as pessoas acabam mudando seus costumes do dia a dia - o que acaba interferindo, por exemplo, no maior consumo do gás de cozinha.

Os pedidos de botijão têm crescido na cidade. Em contato com o CORREIO, uma das revenderoras disse que, entre a última sexta-feira (20) e essa quarta (25), percebeu a quantidade de gente solicitando o produto "aumentar em 30% em relação aos dias normais".

O caso também é relatado pela Ultragaz, distribuidora de gás domiciliar que, em seu site, avisa que "devido à alta demanda de pedidos pelos canais oficiais, a entrega dos botijões pode demorar um pouco mais do que o previsto".

Os próprios clientes, acredita a empresa, podem estar no esquema de 'estocar' o gás - ou seja, comprar mais que o necessário - o que gera um aumento na demanda de entrega e, consequentemente, pode gerar atrasos.

"O que está acontecendo neste momento é que os consumidores estão antecipando a compra. Devido à crise do Covid-19, alguns consumidores estão comprando mais de um botijão para estocarem em casa, da mesma forma como está acontecendo em outros produtos em supermercados e farmácias", afirmou Aurélio Ferreira, Diretor de Desenvolvimento da Ultragaz/Brasilgás.

O CORREIO fez simulações de compra na empresa, solicitando entregas para quatro endereços diferentes de Salvador - Imbuí, Bonocô, Jardim Apipema e Pituba - e, em todos, o tempo máximo era de 60 minutos. De acordo com uma das revendedoras, apesar de estar com mais pedidos, já tinha se preparado e estocado bastante. Assim, garante que seus clientes não estão sentindo a falta do produto.

A revendedora, porém, afirmou que um dos pontos de distribuição teve problema em um dos dutos de gás e que seus funcionários estavam demorando o dia todo para conseguir reabastecer o botijão - processo que demorava menos de uma hora. Ferreira, da Ultragaz/Brasilgás, confirma que houve "uma redução pontual do bombeio da refinaria esta semana", mas garante que, "para suprir esse pico momentâneo das compras, a Brasilgás montou uma operação logística para trazer o gás de outros polos de suprimento".

"Com isso, o abastecimento se normalizará gradualmente, acreditamos que no início da próxima semana esteja regularizado. Os consumidores podem ficar tranquilos, que se trata de uma questão momentânea que está sendo resolvida", continua o diretor de desenvolvimento da Ultragaz/Brasilgás.

A Petrobrás, por sua vez, informou que não há nenhuma manutenção da linha de produção da refinaria e que a que as entregas estão normais. O mesmo afirmou o Sindicato dos Petroleiros da Bahia, que garantiu que a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) está com a produção normal. Já a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) disse que "o abastecimento de GLP está normal em todo país e possiveis faltas de botijões são pontuais".

Há ainda mais um fator a se considerar em caso de atraso nos botijões: o horário praticado pelas empresas. Por causa da pandemia do novo coronavírus, algumas revendedoras se adaptaram, deixando os funcionários mais tempo em casa. Consequentemente, estão abertas por um período de tempo menor. Em contato com o CORREIO, uma das empresas disse que só encerraria o turno às 19h em dias normais, mas, durante o isolamento, antecipou para 17h. Em outra, a entrega, que era de 7h até 19h, passou a ser das 8h às 18h.

Apesar de todas as possíveis dificuldades com a entrega do gás de cozinha, a média de preço continua a ser de R$ 70 por botijão de 13kg, variando o valor de acordo com a revendedora e taxa de entrega.