Corpo de professor morto em assalto é enterrado: 'Muito amado'

Danilo Fortuna foi baleado durante assalto no Rio Vermelho e não resistiu

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  • Nilson Marinho

Publicado em 23 de setembro de 2018 às 16:56

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

O professor universitário Danilo Fortuna Mendes de Souza, 36 anos precisava estar, em 15 dias, em Porto Alegre (RS) para participar de um congresso sobre acústica em sala de aula. Lá, ele apresentaria um artigo construído ao longo de um ano. Plano que foi destruído na noite deste sábado após os aparelhos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Geral do Estado (HGE) serem desligados.  Professor estava próximo à Unifacs quando foi baleado (Foto: Reprodução/Facebook) Danilo estava na UTI, inconsciente, desde a tarde da quinta-feira (20) quando deu entrada na unidade de saúde após ter sido baleado durante um assalto na Rua Potiguares, no bairro do Rio Vermelho.

Na tarde deste domingo (23), familiares, amigos e alunos do professor estiveram na capela do Cemitério Campo Santo, na Federação, para dar o último adeus. Os familiares mais próximos optaram por não falar com a imprensa, mas amigos e colegas o lembraram como sendo um homem tranquilo e querido por todos. 

Segundo eles, o quadro médico de Danilo era considerado muito grave pelos médicos, após ele sofrer duas paradas cardíacas durante um procedimento para controlar uma hemorragia. 

Desde então, não houve evolução. O colega de trabalho Marco Antônio conta que no sábado (22)  pela manhã a pressão arterial do professor havia caído para 9. Já  por volta do meio dia, médicos informaram à família que a pressão tinha caído drasticamente para 3, não havendo a circulação suficiente de sangue para o cérebro. Danilo morreu na final da noite do sábado (22). Pais de Danilo durante sepultamento (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) A também colega de trabalho Débora Barreto lembrou do professor como sendo um homem sempre disposto a ajudar ao próximo. "Eu resolvi falar porque a família dele merece que todos saibam o quanto ele era amado. Uma perda para arquitetura e a acústica, área que ele tinha abraçado. Uma perda também para educação já que Danilo era um professor nato", lembra. 

Ela acredita que Danilo jamais reagiria a um assalto. Os suspeitos que balearam a vítima estavam a bordo de um carro modelo gol. Até o momento a polícia não prendeu ninguém."Esperamos justiça porque Danilo semeou só coisas boas. Acho difícil ele ter reagido a um assalto. Era uma pessoa muito mansa. Mas as pessoas podem imaginar que um susto pode ser uma reação a abordagem.Talvez ele tenha se assustado. Era grande e forte...", acrescenta Débora.Os colegas contam que o professor havia se mudado para o Rio Vermelho a pouco mais de um ano. Ele prefiria estar próximo do trabalho por justamente temer a violência. Danilo, além de professor universitário, também era Coordenador Regional Nordeste da Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac). Ele havia sido nomeado conselheiro neste semana. O seu corpo foi sepultado por volta das 16h30.

* Sob supervisão do editor Wladmir Pinheiro