Corpo em Casa encerra neste mês com Pitangueiras: Substância Transformar

Apresentações ocorrem sempre às 19h30, na Casa Rosada, localizada nos Barris

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  • Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 09:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Alexandra Martins / Divulgação

Quem ainda não conferiu o espetáculo Pitangueiras: Substância Transformar’, do projeto Corpo em Casa 2018, só tem até o final de outubro. O motivo é que a o grupo se prepara para suas últimas apresentações da temporada que acontecem nos próximos dias 17, 24 (quarta-feira) e na última sexta e sábado do mês (26 e 27). As apresentações ocorrem sempre às 19h30, na Casa Rosada, localizada nos Barris.

A montagem se despede deixando a mensagem que “não basta somente  apresentar a dor e a opressão vividas pelas mulheres. É imprescindível se reinventar para alcançar a cura, transcendendo memórias através de proposições artísticas”. Esta já é a terceira curadoria do projeto de dança contemporânea, artes e performances feministas Corpo em Casa que trazem cinco solos de dança. (Foto: Divulgação) O primeiro é  Afásia, de Janaína Candeias.  A obra explora algumas instalações com o audiovisual (vulto)  e retrata uma mulher negra que tenta se livrar de uma mordaça e se inspira na escrita da poetisa Maria Carolina de Jesus. A performance passa pelos silenciamentos de mulheres negras que precisam ter voz.

Em Artemísia, de Paola Kianda, a metáfora passada é que do veneno vem a cura. A artista ainda reflete que “a diferença do remédio e do veneno está na dose”. O solo ainda deixa a mensagem que “ser negra é passar pela experiência de esfacelamento da sua autoimagem”. 

Escandalosa afirma-se como arte feminista, usando da linguagem corporal e do movimento para denunciar as várias formas de violência contra a mulher, dando expressão a um problema silencioso. A pesquisa artística dialoga com a série de grafites da artista visual Talitha Andrade, intitulada LUTO, compondo a identidade visual da obra.  Terra Fértil, de Alexandra Martins Costa é uma dança para os mortos e surge da necessidade de recordar a morte daquelas pessoas que perderam suas vidas em decorrência da violência estruturante da nossa sociedade. 

Negreiro, de Paula Marinho reflete sobre a inquisição que segundo ela "interroga sua existência e nega o negrume de seu corpo-letra", mas é na semântica de sua escrita  que prossegue. "Prossigo e persigo outras falas, aquelas ainda úmidas, vozes afogadas de viagem negreira. O gesto do meu corpo escrita levanta e suas lembranças esmaecidas imagens de um útero primeiro. Vidas, dores, alegrias, gritos, sussurros, multidões, vozes, caladas".

DJ CALANGOTANGO, do Bela Amado, com Coletivo A Roda é um projeto que através de dimensões experimentais conecta simultaneamente ondas sonoras subterrâneas e aéreas, urbano e floresta, global e regional em ressonâncias sintético-orgânicas que transportam o corpo para lugares outros.

O projeto recebeu a curadoria de Ana Brandão e suas assistentes Naiara Rezende e Taimara Liz. Os 5 solos interpretados por mulheres convidam o público a entrar na casa e descobrir como elas estão vivenciando “as memórias ‘mudas’ impressas e invisíveis nas paredes de um tempo que já passou, mas que precisa ser lembrado e, acima de tudo, expressado”. Serviço Corpo em Casa 2018 Onde: Casa Rosada (Antigo bar e restaurante Quixabeira, na Travessa dos Barris, 30, rua em frente ao Espaço Xisto e Biblioteca Pública dos Barris). Quando: 17, 24 (quartas) 26 (sexta), 27 (sábado) de outubro. Quanto: 25 reais.