Covid-19: sistema de saúde de Salvador ainda corre risco de colapso

Na cidade, 61% dos leitos de UTI para pacientes com doença já estão ocupados

  • D
  • Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2020 às 18:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO

O prefeito ACM Neto disse nesta sexta-feira (15) que, apesar dos esforços da Prefeitura, não está descartado um colapso no sistema de saúde público e até privado se a disseminação do novo coronavírus não for contida na cidade. O chefe do Executivo municipal voltou a reforçar a necessidade da população seguir com o isolamento social.

O prefeito também avaliou como positivas as medidas restritivas adotadas pelo município até aqui, inclusive aquelas regionalizadas por bairro, que foram mais duras. 

"O colapso no sistema de saúde pública de Salvador estava previsto, pelos estudos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), para acontecer ontem (14), nos casos dos leitos clínicos para pacientes com a covid-19, e, para as UTIs, no dia 20. Mas, graças à ampliação do suporte em saúde e às medidas de isolamento social, conseguimos derrubar a taxa de transmissão e o colapso não aconteceu. Até o dia 24, posso dizer que não há risco de saturação. Mas ele ainda existe", declarou o prefeito. 

As declarações de Neto foram dadas em coletiva virtual à imprensa, na tarde desta sexta, na qual anunciou o começo de aulas pela internet para alunos da rede pública municipal - as escolas estão com atividades suspensas e sem previsão de retorno.

Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), 48% dos leitos clínicos e 61% dos de UTI dedicados a tratar pacientes com a Covid-19 estão ocupados hoje na capital baiana. 

Somente a Prefeitura já garantiu a criação de 176 novos leitos, entre clínicos e de UTI. 

Decretos ACM Neto afirmou ainda que na segunda-feira (18) dará uma posição sobre a prorrogação ou não dos decretos com medidas restritivas na cidade. Quase todos têm validade até este dia, inclusive os regionalizados, valendo apenas para Pituba, Plataforma, Boca do Rio e parte do Centro. 

"No caso das determinações por bairro, levamos em conta fatores como o crescimento na circulação de pessoas e também dos casos da doença. E não fizemos apenas restrições: adotamos também ações de proteção à vida, com distribuição de máscaras e cestas básicas, testes rápidos para a covid-19, higienização, apoio a entidades sociais e várias outras. E conseguimos, os dados demonstram, reduzir o fluxo de pessoas nas ruas e, com isso, a circulação do vírus", ressaltou o prefeito. 

No caso da Pituba, por exemplo, a redução da circulação de veículos, que estava na faixa dos 30% do total de antes da pandemia, alcançou 41% após o início das novas medidas. A queda no fluxo de passageiros foi para 70%, contra 60% da semana passada, sempre em comparação ao período anterior à pandemia.