Cresce número de postos de trabalho para mulheres em Salvador e RMS

Apesar disso, também aumentou o número de desempregadas na região

Publicado em 6 de março de 2018 às 18:00

- Atualizado há um ano

A oportunidade de emprego para mulheres de Salvador e Região Metropolitana aumentou em 2017. Após dois anos de queda, foram formados 11 mil novos postos de trabalho para elas nos 13 municípios que compõem a região. Porém, também houve crescimento na procura por essas vagas, o que fez com que outras 10 mil mulheres não tivessem a mesma sorte e integrassem o grupo das desempregadas.

A Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Salvador (PED-RMS), divulgada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) nesta terça-feira (6), mostra que as mulheres que fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA) – pessoas que têm plenas condições de exercer uma função no mercado de trabalho – aumentaram em 21 mil. Foi um crescimento de 2,3% em relação a 2016, quando 910 mil mulheres estavam aptas para trabalhar. Com isso, no total, 246 mil mulheres estão fora do mercado.

Segundo a pesquisa, esses novos postos de trabalho em 2017 beneficiaram principalmente as mulheres mais velhas, com idade acima dos 40 anos e nível superior de escolaridade. Os aumentos foram distribuídos entre os setores da indústria de transformação (7,7%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (5,8%) e no setor de serviços (1,0%). 

No caso dos homens, a PED-RMS aponta que eles não sofreram essa mesma variação, já que o crescimento em 3% dos postos de trabalho para eles, 23 mil novas vagas, que passou de 763 mil para 786 mil, foi maior do que a procura por essas vagas, que cresceu em 2,4%, de 982 mil homens para 1,006 milhão. A taxa de desemprego sofreu uma variação de apenas 0,5%, indo de 220 mil para 221 mil.

Essas novas vagas para os homens foram ocupadas nas áreas de serviços (5,8%) e no comércio e reparação (1,8%). Em contrapartida, o número de postos de trabalho diminui para eles na indústria de transformação (-3,6%) e na construção (-0,9%).

Instrução e sexismo Luiz Chateaubriand, analista da SEI nessa pesquisa, explica que as mulheres têm muito mais dificuldade em conseguir um emprego, de um modo geral, porque os empregadores exigem mais instrução delas do que dos homens, por causa da cultura sexista do mercado de trabalho."Então, as posições de comando, chefia, que mostram poder, são destinadas preferencialmente à população masculina, mesmo que as mulheres tenham mais instrução", comenta o economista.