Crescimento: ex-entregador de cartas gere mais de 5 mil funcionários

Saiba como José dos Santos se tornou superintendente dos Correios na Bahia

  • Foto do(a) author(a) Yasmin Garrido
  • Yasmin Garrido

Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr

Há quase 19 anos como funcionário dos Correios, José de Oliveira dos Santos já andou por muitas ruas, cidades e cargos. Em Itabuna, na região Sul do estado, foi onde tudo começou...entregando cartas. Nesta sexta-feira (25), é comemorado o Dia do Carteiro e os 356 anos do serviço postal no Brasil.

José passou dois anos na função de carteiro pedestre - aquele que faz a entrega das correspondências sem a ajuda de nenhum tipo de veículo. Após caminhadas, ladeiras e corridas de cachorro, ele recebeu um bônus: assumir a supervisão dos Correios em Itabuna.

“Foi um grande presente e um reconhecimento de todo o meu esforço na empresa”, contou. E as recompensas não pararam por aí. “De lá para cá, não parei mais”, disse ele, referindo-se a todos os cargos ocupados antes de se tornar superintendente.

E são muitos: supervisão, coordenação, gerente de unidade, distribuição, gerente em Ilhéus, gerente em Feira de Santana e, por fim, Salvador, onde também foi gerente do centro de operações, de tratamento até ocupar a superintendência do Estado da Bahia.

“Primeiro, é preciso muito trabalho e dedicação. Depois, vem a experiência que eu adquiri ao longo de quase essas duas décadas na empresa”, destacou. Ainda de acordo com José, ter passado por todas essas funções facilita, hoje, ele estar à frente de todos os 5,2 mil funcionários baianos dos Correios: “eu já vivi tudo o que eles vivem”. 

Logística José contou ao CORREIO que as atividades de um carteiro mudaram muito desde que ele ingressou na empresa até hoje. “Apesar de eu trabalhar como superintendente, com o macro, eu acompanho de perto cada setor. Nossa forma de distribuir mudou. A gente tem trazido os clientes mais para perto da empresa, com o acompanhamento da localização dos produtos, principalmente”, explicou.

Ainda segundo ele, a concorrência aumentou muito, inclusive com empresas internacionais, que já atuam no país. “Os Correios fazem esse intermédio, às vezes, entre a aquisição de um produto no exterior que deve ser entregue aqui no Brasil. E, com regras distintas, é preciso se atualizar a cada dia”, declarou.

Já quanto aos desafios, José apontou que é liderar a escolha dos clientes.“A gente quer manter nosso padrão de qualidade. Queremos que, quando um cliente precisar de qualquer serviço de transporte de mercadoria, escolha a nossa empresa”, afirmou.Ainda de acordo com ele, no segmento de mensagem, os Correios têm o monopólio, o que não acontece com as encomendas, o que se torna um desafio: “A gente quer ter mais e mais credibilidade”.

O superintende lembra, ainda, que a empresa passou por momentos difíceis entre 2017 e 2018, o que tem mudado nos últimos meses. “Acredito que, hoje, tenhamos os melhores resultados no segmento de entrega de correspondências, embora a tendência seja as mensagens, cada vez mais, serem recebidas via internet, mas o e-commerce tem crescido. É uma balança”, disse.

Funcionários Com 5,2 mil funcionários na Bahia, os Correios possuem, atualmente, um contingente de 2.776 carteiros, sendo que 35% encontram-se em Salvador. O que chama a atenção no estado é a divisão entre homens e mulheres na profissão - 91% e 9%, respectivamente.

“Não existe uma explicação para essa diferença. Acho que se trata de uma cultura, passada durante os anos, de que carteiros são homens”, destacou o superintendente. Em Salvador, a realidade é semelhante, com 90% de homens e 10% de mulheres em atividade.

* Sob supervisão do chefe de reportage Jorge Gauthier