Criança acorrentada em barril pelo pai segue internada e deverá ir a abrigo

Menino de 11 anos chegava a comer as próprias fezes quando sentia fome

Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 09:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação / PM

Segue internado, em um hospital de Campinas, o menino de 11 anos que era acorrentado pelas mãos e pés, e depois preso dentro de um barril de tinta. A criança foi liberta no último sábado (30). O pai, a madastra e a irmã mais velha do garoto, suspeitos de praticar os crimes, foram presos em flagrante.

Segundo o R7, após receber alta o menino deve ir para um abrigo. O caso é analisado pelo conselho tutelar.

Segundo o conselheiro Moisés Sesion da Costa, o Conselho Tutelar e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) já tinha feito visitas à casa onde o menino morava, mas ouviu apenas "relatos de fatores de média vulnerabilidade", como brigas. Não havia relato de maus-tratos, tortura e cárcere privado.

Denúncia anônima De acordo com os policiais que atenderam a ocorrência, tudo começou a partir de uma denúncia anônima, de que havia uma criança trancada num cômodo de uma casa, dentro de um tonel e que estava amarrada.

Os agentes, então, foram ao local e entraram na residência. Ao vasculhar o imóvel, encontraram a criança em um cubículo e, conforme a denúncia, dentro de um tambor, amarrada. O menino ficava debaixo de sol, por longos períodos, sem água e alimentação. Por isso, estava desidratado e desnutrido. Segundo os agentes, o garoto pesa cerca de 25kg.

Aos policiais, o garoto disse que, quando sentia fome, comia as próprias fezes. Depois que respondeu as perguntas dos agentes, pediu, aos prantos, para ser adotado porque não aguentava mais essa vida.

Conforme as informações iniciais, o pai e a irmã, que são usuários de drogas, prendiam o garoto com frequência para saírem para beber em bares da cidade. A mãe já tinha abandonado a família anteriormente.

O garoto foi retirado da casa e, em seguida, atendido pelo Samu. Logo depois dos primeiros socorros, foi encaminhado ao Conselho Tutelar da cidade.