Crise política: Base aliada se reúne hoje para definir apoio a Michel Temer ou saída

PSDB, DEM e PPS marcaram para hoje reuniões de urgência; PSB deixou base, pediu renúncia e disse apoiar eleições diretas

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  • Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2017 às 08:57

- Atualizado há um ano

O novo pronunciamento do presidente Michel Temer (PMDB), ontem à tarde, fez efeito sob alguns integrantes da base aliada, mas pode não evitar uma debandada, para outros. Já a oposição recebeu o pronunciamento como uma “desfarçatez total”. Partidos da base  – PSDB, DEM, e PPS – se reúnem hoje, em Brasília, para discutir as respectivas saídas do governo.Siglas avaliam posicionamento (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)Outros devem aguardar os desdobramentos da crise durante a semana para definir a permanência – ou não – ao lado do peemedebista. Mas o PSB, que também compõe a base, anunciou ontem  que quer a renúncia de Temer. 

A legenda não definiu o futuro do deputado Fernando Filho, atual ministro de Minas e Energia. “Talvez ele queira ficar no navio tocando o violino do Titanic. Essa é uma opção dele”, disse o deputado Julio Delgado (PSB-MG), secretário-geral do partido.

A legenda, aliás, já assinou um pedido de impeachment contra Temer.  A cúpula do PSB também definiu que assumirá posição a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece a realização de eleições diretas, caso a Presidência fique vaga.

Apesar do anúncio do PSB, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) garantiu que o governo vai manter os trabalhos no Congresso. “É óbvio que essa crise dá alguns arranhões. O governo está trabalhando, mobilizado e o calendário está mantido. As reformas são fundamentais”, afirmou o deputado, após uma reunião, ontem, entre o presidente e deputados da base, no Palácio da Alvorada.

Saída rápida O PSDB, principal aliado do governo de Michel Temer, com quatro ministérios, havia marcado uma reunião para decidir a posição frente ao governo na terça-feira que vem, mas acabou antecipando a decisão e marcando uma reunião de urgênia entre os membros da cúpula para hoje.

Mas a lagenda - que tem 47 deputados na Câmara Federal e 11 senadores - está rachada. Parte dos dirigentes articula uma saída rápida para que Temer deixe o governo e se prepara para uma candidatura à eleição indireta.

Por outro lado, alguns deputados tucanos já manifestam abertamente o desejo de deixar o governo imediatamente. Já no Senado, a pressão é para que Temer renuncie oupela cassação do mandato.

Deserções Logo que estourou a crise sobre o presidente Michel Temer, o Podemos (ex-PTN), que tem 13 deputados, anunciou saída. O PHS, com sete, se reúne na terça e deve seguir o mesmo caminho.

O PPS havia anunciado que “decidiu deixar o governo federal” e o deputado Roberto Freire entregou o Ministério da Cultura. No entanto, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Freire disse que “este episódio em nada modifica a política que o partido vinha tendo de apoio à transição”.

Aliados de Temer no Congresso têm procurado minimizar as baixas na base e dizem que o governo já está atuando para reconquistar os desertores.