Croácia é 2º país mais jovem e 2º menor a chegar à final da Copa

Separação da Iugoslávia aconteceu há 26 anos após guerra civil

  • Foto do(a) author(a) Vitor Villar
  • Vitor Villar

Publicado em 11 de julho de 2018 às 21:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Yuri Cortez / AFP

A Croácia é o país mais jovem da Copa. Tão jovem, que apenas três dos 15 heróis nacionais que entraram em campo nesta quarta-feira (11) são nascidos, de fato, na Croácia. Os demais vieram ao mundo numa época em que ter um estado representando seu povo não passava de um sonho.

Até janeiro de 1992, a Croácia fazia parte oficialmente da Iugoslávia, estado comunista que reunia também nações como a Sérvia, a Eslovênia e a Bósnia.

A independência veio às custas do sangue croata. Inicialmente, decidiram pela separação num plebiscito em junho de 1991. A decisão eclodiu na invasão do exército iugoslavo e numa guerra civil. O conflito só acabou em dezembro daquele ano, com a intervenção da ONU.

O craque da equipe, Modric, por exemplo, tem 32 anos, assim como o artilheiro Mandzukic. O meia Rakitic, tem 30. Todos nasceram na Iugoslávia.

O fim do conflito seria o início da luta croata pelo reconhecimento do país, e o futebol é prova disso. A seleção croata, por exemplo, só foi aceita pela Fifa em junho de 1993, sem ter como participar das Eliminatórias para a Copa de 1994.

A Croácia era a república que mais enviava jogadores para a tradicional seleção iugoslava. Por isso, sabia-se que o país já entraria com força na sua primeira competição oficial.

E foi isso o que aconteceu. A Croácia estreou na Eurocopa de 1996 e alcançou as quartas de final. Eu sua primeira Copa do Mundo, em 1998, a geração comandada pelo atacante Davor Suker, do Real Madrid, só parou nas semifinais, eliminada pela dona da casa, a França.

Nos 19 anos seguintes, aquela campanha não chegou nem perto de ser repetida. Dava a impressão de que não passara de um sonho. Até agora.

Comandada de novo por um destaque do Real – Modric –, a Croácia superou a sua ‘geração da liberdade’ e chegou pela primeira vez à final da Copa. É o país europeu de menor população a alcançar a decisão, com 4 milhões de pessoas. No mundo, perde só para Uruguai, que em 1930 tinha 1,5 milhão de habitantes.

É a segunda nação mais jovem a chegar à final, só atrás da Tchecoslováquia, que em 1934 tinha 16 anos de fundada.

Nas semifinais, a modernidade teve que vencer a tradição. País mais jovem do Mundial, a Croácia venceu por 2x1 a Inglaterra, o país mais antigo do futebol  - afinal, foram eles que inventaram o esporte. Os próprios ingleses já cantavam, empolgados com a campanha: ‘o futebol está indo para casa’.

Na final, a Croácia enfrentará ninguém menos que a França, algoz em 1998. Mas os croatas já mostraram, que, com sangue e determinação, conseguem derrotar tradições, dominadores e pesadelos do passado.