Crônica: O dia em que Neilton desafiou a terceira lei de Newton

Atacante comandou a reação rubro-negra, mas ABC chegou ao empate no Barradão

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  • Bruno Queiroz

Publicado em 12 de março de 2018 às 08:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Para toda ação, existe uma reação. A frase comumente usada é de conhecimento popular, mas corresponde ao que prega a terceira lei de Newton, que descreve o resultado da interação entre duas forças. “Para toda ação sobre um objeto, em resposta à interação com outro objeto, existirá uma reação de mesmo valor e direção, mas com sentido oposto”. 

O inglês Isaac Newton foi astrônomo, alquimista, filósofo natural, teólogo e cientista, porém, mais reconhecido como um físico e matemático. Domingo (11), no Barradão, seu quase homônimo Neilton, atacante do Vitória, provou que a lei pode ser aplicada também no futebol. 

Adversário daquela noite, o ABC gastou boa parte da sua força no primeiro tempo e, com gols de Fessin e Higor Leite, abriu 2x0. O Leão voltou do intervalo com a missão de reagir, conduzido justamente pelo seu camisa 10. Primeiro, Neilton foi garçom e serviu Yago, que diminuiu. Em seguida, cobrou com categoria o pênalti sofrido por Denilson e deixou tudo igual. 

Só aí já fazia valer a lei do velho Newton, mas ele queria mais. Estava a fim de entrar no “hall” não dos grandes jogadores, mas dos maiores físicos já vistos neste mundo. Neilton queria mostrar que a reação pode ter força maior que a ação. Aos 31 minutos, ele recebeu passe de Uillian Correia e, com categoria, tocou por cima de Edson e fez 3x2. 

Quando o placar parecia definido, eis que Neilton pôde comprovar que ele não entende nada de física e sim de jogar futebol. Voltemos ao primeiro parágrafo deste texto e à miserável Terceira Lei de Newton: “Para toda ação sobre um objeto, em resposta à interação com outro objeto, existirá uma reação de mesmo valor e direção, mas com sentido oposto”. O ABC reagiu aos 47 minutos com Lauder Perez, que marcou o gol do empate em 3x3. Três gols para cada lado e a igualdade de forças tão pregada pelo velho Newton (1643-1727).      

O gol do time potiguar no finalzinho do jogo frustrou a torcida rubro-negra presente no Barradão, além do próprio Neilton, que sairia como herói da partida. Se há consolo depois de todo o sofrimento pelo resultado, é que o camisa 10 do Vitória se tornou o artilheiro do time na temporada com oito gols, já superando a sua marca em 2017, quando chegou ao clube na metade do ano e balançou as redes sete vezes.

Vale destacar também que, entre os jogadores que atuam nos 20 clubes da Série A, apenas um fez mais gols do que ele: Artur, do Ceará, marcou nove. Usando o mesmo critério, apenas um deu mais assistências: Otero, do Atlético-MG, com seis passes contra cinco de Neilton.