Da burca ao shortinho: Fórum reúne culturas de 120 países em Salvador

Programação vai até domingo (18); hoje tem evento com Lula em Pituaçu

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  • Da Redação

Publicado em 15 de março de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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. por Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Culturas, artes, línguas, diversidade. O Fórum Social Mundial (FSM), realizado pela primeira vez em Salvador, é uma verdadeira Torre de Babel onde (quase) todo mundo se entende. Aliás, até o próximo domingo (18), a capital baiana é um verdadeiro caldeirão cultural, com cerca de 60 mil participantes e 120 países representados.

Leque, burca, shortinho, véu, cocar indígena... Vê-se de tudo e a diversidade do fórum está em todos os lugares. Seja através das vestimentas, das formas de se portar e da língua falada, a particularidade de cada uma das culturas está representada.

O FSM tem a maior parte de suas atividades concentradas no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), mas tem programações espalhadas pela cidade, como Parque do Abaeté, em Itapuã, e o Parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário.

Um dos painéis mais esperados é o “Ato em Defesa das Democracias”, que será realizado nesta quinta-feira (15) no Estádio do Pituaçu e contará com a presença do ex-presidente Lula. Além dele, da ex-presidente Dilma Rousseff e o governador Rui Costa, chefes e ex-chefes de estado da América Latina também foram convidados para o evento. Dentre eles, Cristina Kirchner, da Argentina, Nicolás Maduro, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia. Foto: Arisson Marinho/CORREIO Foi a experiência de integração que levou cinco jovens do Ceará a virem para o Fórum. Ana Carla, 26 anos, Camila, 24, Eliano, 20, Isaías, 23, e Tainara, 21, fazem parte do Projeto Performance da Cultura Afrodescendente, lá no Ceará. Na Ufba, eles estavam sentados na grama, em frente ao Restaurante Universitário, entre um painel e outro.

Com diversos instrumentos como caxixi, agogô, triângulo, pandeiro e bongô, ensinavam uma bebê que aparentava ter 2 anos a utilizar um deles. A menina era suíça e a mãe, mesmo sem entender o português, se juntou ao grupo admirando o som. 

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Da experiência de universitários à de amantes da política, o FSM também atraiu pessoas como Lícia Teles, 66, e Maria Rita Alves, 65. Mesmo juntas, parecendo irmãs, Lícia é de Brasília e Maria de São Paulo. Foi Lícia quem convidou a amiga a vir para Salvador acompanhar a programação.

Elas contam que são amigas há 43 anos e que Lícia é apaixonada por política. Já Maria se considera “apolítica” e disse estar tentando se encaixar nos painéis apresentados. 

O evento reúne cerca de 60 mil pessoas para elaborar alternativas para uma transformação social global. Com o lema “Resistir é criar. Resistir é transformar!”, o FSM visa a promover a transformação do ser humano em busca de “Um outro mundo possível”.

Novas inscrições e credenciamento poderão ser feitas das 9h às 17h desta quinta-feira (15) na Biblioteca Central da Ufba, em Ondina. Para checar a programação completa do FSM clique aqui.