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Miro Palma
Publicado em 16 de novembro de 2018 às 09:08
- Atualizado há um ano
Dá gosto de ver o Bahia jogar. Esqueça o escudo que carrega no peito por um instante e avalie a qualidade tática do time, você vai concordar que ela vale 90 minutos da sua atenção. Até o técnico da Seleção Brasileira, Tite, já destacou, por duas vezes, o modelo de jogo do tricolor como um exemplo positivo no futebol nacional. Na última vez, falou que “há duas escolas brasileiras: a da ligação direta, do contato, de correr mais e jogar menos. Mas há equipes jogando bola. O Bahia joga. O Ceará joga. Não estou pegando posição de tabela, e sim ideia, modelo”.
E ele está certo, o Bahia tem jogado bola. Com todas as ressalvas e contextos resguardados, afinal nem tudo são flores, estamos falando de um time que vem evoluindo há um bom tempo dentro e fora de campo, mais precisamente depois da democratização do clube. No entanto, foi com o técnico Enderson Moreira que ele encontrou a sua melhor versão dos últimos anos. E, nessa análise, não estou falando de números ou títulos. Falo do desempenho, do que se vê quando a bola rola. Não precisa ser um fanático em futebol para entender a organização do tricolor.
Estamos vendo entrar em campo um time aguerrido, que sabe das limitações do elenco enxuto e, por falta de peças de reposição, joga até o limite. No jogo de anteontem, por exemplo, mesmo saindo atrás com o primeiro gol do Ceará, um time sólido comandado por Lisca, o tricolor manteve a concentração para empatar no fim do primeiro tempo e, em seguida, aumentar o resultado no fim do segundo tempo. Foi assim também no clássico Ba-Vi, quando ficou duas vezes atrás do placar e buscou o empate. Dá para lembrar também o triunfo por 1x0 sobre o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, pela Copa Sul-Americana, quando muitos já encaravam o resultado positivo como uma missão impossível.
O Esquadrão versão 2018.2 não chega a jogar por música, mas, certamente, o conjunto faz a diferença. O ranking da artilharia na temporada traduz bem qual o espírito dos jogadores. Zé Rafael, Edigar Junio e Vinícius, com 12 gols cada, lideram a lista de goleadores. Isso sem falar nos “operários”, aqueles que se desdobram e deixam até a última gota de suor no gramado. Nomes como Lucas Fonseca, Gregore e Élber, que entenderam bem qual o Bahia os torcedores desejam ver em campo.
Não sabemos ainda qual será o final da história azul, vermelha e branca no Brasileirão. A Copa Libertadores da América é um sonho que, mais cedo ou mais tarde, será realizado. Talvez este ano, em 2019 ou 2020... A Sul-Americana, por sua vez, já é uma realidade. E para uma equipe que passou tantos anos de sofrimento, frequentando até a Série C, o processo de reconstrução está mais rápido do que o esperado. Se o torcedor tricolor tiver paciência, com certeza irá colher os frutos. Enquanto muitos clubes do Brasil insistem em ficar parados no tempo, como verdadeiras capitanias hereditárias, o Bahia evolui.
Erros e fracassos irão acontecer, faz parte do processo do futebol. Todavia, quando um trabalho é realizado de forma séria e, principalmente, honesta, a tendência é a sorte também andar lado a lado. E outros gols emocionantes como o de Edigar Junio, nos acréscimos, irão acontecer para fazer justiça. As duas estrelas voltaram a brilhar. Agora, para a intensidade ficar mais forte, basta seguir nesse caminho. Os torcedores merecem.
Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras