Da velocidade ao toque de bola: as diferenças entre Guto e Jorginho no Bahia

Tricolor sofreu mudança de postura após a saída do 'Gordiola' para o Inter e ainda tenta se encontrar no Brasileirão

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Rodrigues
  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 18 de julho de 2017 às 07:00

- Atualizado há um ano

A empolgação do Bahia em brigar na parte de cima da tabela no início do Campeonato Brasileiro deu lugar à luta contra a zona de rebaixamento. Em 14 rodadas o tricolor somou só quatro triunfos e tem aproveitamento de 38,1%. O time amargou uma sequência de sete jogos sem vencer, interrompida com a vitória sobre a Ponte Preta, na 13ª rodada, e já não ganha em casa há quatro partidas - perdeu de Palmeiras e Flamengo e empatou com Fluminense e Avaí.Nas arquibancadas,  empate e derrota em casa geram questionamentos ao trabalho de Jorginho. Mas o que mudou no Bahia, comparado ao time deixado por Guto Ferreira na terceira rodada?Em linhas gerais, a mudança mais perceptiva na equipe desde que o treinador assumiu é a busca pela posse de bola. Com Guto, o tricolor era mais agressivo, com jogadas de velocidade pelas pontas e marcação por pressão na saída de bola adversária, enquanto Jorginho preza pelo jogo mais cadenciado.Guto Ferreira teve um bom primeiro semestre, mas preferiu ir para o Inter (Foto: Felipe Oliviera/EC Bahia)A nova postura é evidenciada em uma estatística. O número de passes aumentou consideravelmente com a chegada de Jorginho. Se sob o comando do Gordiola a média de passes por jogo era de 279, com o técnico atual o número quase dobrou e chegou aos 413 após o empate com o Avaí. No elenco, os jogadores entenderam o novo perfil. “A filosofia dele é diferente da de Guto. Ele (Guto) era mais agudo. Jorginho gosta mais de trabalhar a bola, gosta mais de posse de bola, de chegar com clareza ao gol. Com Guto era mais rapidez, mais contra-ataque”, diz o atacante João Paulo. “É uma mudança para a gente. Guto ficou aqui bastante tempo, a gente se adaptou ao jeito de jogar. Agora estamos começando a pegar o jeito de Jorginho. Peço paciência. Vamos conseguir chegar no que Jorginho quer e almejar um grande campeonato”, explicou o garoto.Outro ponto bastante questionado no Bahia de Jorginho na comparação com o de Guto Ferreira é a consistência defensiva. Se antes a defesa era considerada o setor mais sólido e a compactação fazia com que o time levasse poucos gols, a história mudou.Em 31 jogos com Guto Ferreira no ano, o tricolor tomou 17 gols, média de 0,55 por partida. Com Jorginho, o time sofreu 11 gols em 11 jogos, média de um por rodada. É importante deixar claro que o nível de dificuldade dos adversários aumentou em comparação com as competições do primeiro semestre. “Aquele rendimento (do início do ano) poderia acontecer até porque a gente vinha jogando o Baiano, o nível é outro para o Brasileiro”, reconhece o volante Renê Júnior. Técnico Jorginho ainda tenta embalar comandando o Bahia na Série A (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia)Somado a isso, Jorginho também tem sofrido com a queda de rendimento de alguns jogadores, como o meia Allione e o lateral Eduardo, e a perda de outros. Pilares do time como Régis – artilheiro na temporada com 11 gols - e Edson desfalcaram o tricolor em algumas rodadas. Atletas como Jackson, Hernane, Edigar Junio e Wellington Silva ainda se recuperam de lesões. “Contusão e cartões amarelos atrapalham muito, ainda mais como foi por uma contusão como a do Rodrigão”, explicou Jorginho.Homem-gol  Por falar em Rodrigão, o atacante deve reforçar o time contra o Atlético-MG, nesta quarta (19), no Independência. Ele será avaliado pelo departamento médico e, se o retorno for confirmado, será mais uma mudança em relação ao time treinado por Guto. Com o centroavante, o Bahia deixa de atuar com falso nove (Edigar Junio e Vinícius se revezaram na posição) e passa a contar com um especialista no setor, coisa que Guto não teve nas partidas decisivas do Baiano e Copa do Nordeste.“Rodrigão demonstrou que é um goleador, o cara de presença de área, sempre que estiver jogando vai estar presente nas bolas paradas, na construção do jogo. Dentro da área, um jogador que tem uma presença forte, faz um bom papel de pivô e tem velocidade, o que é bom para o nosso estilo de jogo, que propõe o jogo”, explicou o treinador.

[[saiba_mais]]