Das ruas do Rio para a Som Livre, inglesa Jesuton encanta pela voz

A vida da cantora inglesa Jesuton parece um filme. Em março, ela foi cantar nas ruas do Rio para mostrar seu talento, sem imaginar o sucesso que faria

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  • Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 12:04

- Atualizado há um ano

Gabriel Camõ[email protected] casada com argentino, filha de pai nigeriano e mãe jamaicana. Em março deste ano, ela era apenas Rachel, que desembarcava no Rio de Janeiro com o marido, para tentar a sorte. Hoje, ela é  Jesuton, cantora de 27 anos que decidiu mostrar seu talento nas ruas e ganhou fama.Em nove meses, a vida da jovem artista mudou completamente. E o bom momento é marcado pela chegada do seu primeiro álbum: Encontros (Som Livre), produzido por Rodrigo Vidal e que traz versões de 13 sucessos de vários artistas. Com uma estética soul folk que realça sua bonita voz, Jesuton interpreta canções que vão do grupo de rock alternativo inglês Muse ao mestre Cartola (1908-1980), do rock clássico dos Rolling Stones ao reggae de Bob Marley (1945- 1981), da melancolia irlandesa de Damian Rice ao soulman Otis Redding (1941-1967). Ruas do RioA reviravolta na vida de Jesuton aconteceu quando, ao caminhar por Ipanema, viu um francês se apresentando com seu violão e cantando para os passantes em troca de alguns trocados. Era a motivação que faltava.“Escutei muitas coisas boas sobre o Brasil. Mas não esperava que fosse acontecer algo tão grandioso comigo aqui”, diz Jesuton, que chegou no Rio sem amigos, sem falar português e sem planos concretos. “Não sabia se as pessoas iriam gostar, se me deixariam cantar”, lembra, por telefone.   Só que as apresentações em praça pública fizeram tanto sucesso que foram parar no YouTube. A repercussão despertou o interesse do apresentador Luciano Huck, que a convidou para cantar em seu programa na Rede Globo. “Ali me dei conta da quantidade de pessoas que estavam me vendo. Era como estar dentro de um sonho”, afirma Jesuton, buscando as melhores palavras em português para explicar o que aconteceu.A ideia de lançar um projeto autoral também faz parte dos planos de Jesuton. É justamente o que ela pensa em fazer no álbum seguinte: “Lançar um disco com minhas músicas será especial. Só acho importante que fique claro que, antes de qualquer coisas, gosto de cantar”.A temporada no Brasil serviu, entre outras coisas, para ela descobrir a música popular brasileira. Jesuton recebeu de um amigo muitos discos de MPB. “Tenho escutado Elza Soares, João Bosco, Caetano, Gil. É muito importante conhecer mais a fundo o trabalho desses mestres”.Em Encontros, apenas uma faixa é cantada em português: O Mundo É um Moinho, de Cartola, que chegou aos ouvidos de Jesuton de modo inesperado: “Ouvi na casa de uma amiga. Não entendia a letra muito bem, mas a melodia me tocou profundamente”.BahiaEuropeia de raízes africanas, Jesuton ainda não conhece Salvador, mas vontade não lhe falta. Quando vê baianas de acarajé no Rio, lembra da Bahia. “Quero muito conhecer essa terra. As pessoas falam que vou amar e me identificar muito”, diz.A data e o local para isso acontecer já existem. Ela participa do Festival de Verão Salvador 2013, com show dia 17 de janeiro, no palco Estúdio do Som Maurício de Nassau: “Vou compartilhar o palco com grandes artistas. Fiquei muito feliz com a notícia”.“Vai ser especial começar o ano assim. Ter a chance de conhecer a cultura de vocês. Estou  empolgada com a oportunidade”, revela Jesuton. Só resta, então, janeiro chegar, para que os baianos tenham a chance de conferir, ao vivo, o que é que essa inglesa tem.Jesuton - Imagine###YOUTUBE###Jesuton - Same Mistake ###YOUTUBE###