De novo não, Caíque! Errar em sequência é um problema

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  • Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2019 às 15:21

- Atualizado há um ano

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O Vitória apresentou, na semana passada, o novo preparador de goleiros do clube, Luciano Oliveira, que logo tratou de garantir a titularidade de Caíque, um jovem em quem enxerga muito potencial. De onde ele veio, saiu um atleta chamado Dida, da Toca do Leão para o Corinthians, para o Milan, para a seleção brasileira. Em um momento em que a direção prega a utilização de jogadores formados na base, nada mais natural do que dar oportunidade ao goleiro que apareceu como um meteoro em um Ba-Vi e, com apenas 18 anos, pegou até pensamento.

Os elogios de Luciano vieram acompanhados de um alerta: ídolos não são forjados com falhas sucessivas. Errar uma vez ou outra, tudo bem. É do jogo. Errar em sequência, aí sim é um problema, aind­­­­­a mais quando você está debaixo da trave, onde qualquer deslize é fatal. O recado foi direcionado para Caíque, mas também serve para Ronaldo, para João Gabriel e para todos os goleiros da base do Vitória.

Chega a ser cruelmente irônico que Caíque tenha voltado a falhar justamente depois do alerta. Como um filme repetido, o torcedor rubro-negro viu o goleiro tropeçar na própria insegurança e entregar o gol ao adversário, desta vez para o Guarani, que encontrou ali o combustível de que precisava para virar jogo. Vem à mente os erros cometidos no ano passado, em jogos contra Internacional e Sampaio Corrêa, por exemplo, que lhe custaram a vaga na equipe e até mesmo no grupo principal.

O preparador de goleiros rubro-negro não está equivocado ou joga para a torcida quando diz que enxerga potencial em Caíque. Debaixo das traves, ele é um goleiro de muita qualidade e provou isso diante do próprio Guarani, com pelo menos duas boas defesas. Caíque é alto e ágil, características importantes para qualquer um que jogue na posição. E é justamente por ser tão alto que é inaceitável que ele tenha deficiência tão grande na bola aérea. Na pequena área, a bola deveria ser dele. A presença de um atacante de 1,77m, Diego Cardoso, não deveria deixa-lo inseguro a ponto de não conseguir encaixar uma bola aparentemente tranquila.

Caíque e Ronaldo têm características semelhantes. São ágeis e respondem rápido às finalizações contra a meta rubro-negra, mas, por outro lado, mostram enorme dificuldade para jogar com os pés, além de insegurança para sair nas bolas alçadas na área, o que sugere que a raiz do problema está no processo de formação de ambos. João Gabriel, que também foi formado na base do Vitória, mas só conseguiu jogar quando saiu de Salvador, não demonstrou essas deficiências quando ganhou a vaga na reta final da Série A no ano passado. Depois de ter renovado o contrato, ele se lesionou no início do ano, voltou, recuperou a vaga no time e retornou para a reserva sem qualquer explicação. Diante do Guarani, nem no banco esteve. De novo.

Um bom goleiro é a base de qualquer time bem-sucedido. O Vitória tem os seus, porém com deficiências claras e que precisam ser trabalhadas urgentemente. Para isso Luciano Oliveira foi contratado. E também para não permitir que os próximos arqueiros não cheguem ao time profissional com esses graves problemas. 

Rafael Santana é repórter do Globoesporte.com.