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Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Há alguma semanas, anotei aqui que o Vitória havia aberto oficialmente seu calendário de 2019 quando foi eliminado da Copa do Brasil pelo Moto Club. Era o primeiro vexame do ano. Vieram outros mais, culminando no atropelo sofrido ante o Fortaleza, que não deu uns sete por excesso de humildade em gol.
A não ser que as partidas iniciais da Segundona tragam humilhações semelhantes, pode-se dizer que, ao menos no presente semestre, a cota de vexames do Vitória já foi devidamente preenchida, o que dá um tempo para o torcedor respirar e retomar fôlego.
Com fôlego, pois, o rubro-negro, especialmente o associado ao clube, pode se dedicar exclusivamente à análise das chapas e candidatos que se apresentam para concorrer à direção, ao Conselho Fiscal e ao Conselho Deliberativo.
Estando todos já alinhados, é preciso registrar que há algo de esquisito quando um mesmo grupo inscreve duas candidaturas para a presidência. É como se um único partido apontasse dois candidatos a um cargo eletivo.
Temendo que sua candidatura seja barrada na Justiça, o ex-presidente Paulo Carneiro tirou da manga o velho amigo Seijo, em quem a maldade das ruas rapidamente carimbou a alcunha de laranja rubro-negra, o que seria uma novíssima espécie frutífera, mas isso são outros quinhentos.
Fato é que os apoiadores de Paulo Carneiro, que queriam eleição em turno único, ao fim e ao cabo chegaram com dois candidatos, o que só prova que aquela proposta era um completo desarrazoado – pra ficar no juridiquês de quem gosta.
Expostos os nomes, fica a cargo do torcedor decidir quem quer na presidência. Mas, tão importante quanto isso é a eleição para o Conselho Deliberativo.
Pela primeira vez na história, o Conselho do Vitória será ocupado de forma proporcional, de acordo com o percentual de votos que cada chapa receber. Assim, torna o debate dentro da instância mais equilibrado e plural, evitando, em tese, a constituição de dois males: um Conselho que só diz amém ao presidente ou um Conselho que, se for oposição, só entra de sola pela birra.
Assim como é de primeira ordem saber exatamente o que propõem os candidatos e a candidata à presidência do clube, é essencial escrutinar o que defende cada chapa de possíveis conselheiros. O que pensam sobre a Democracia? De que forma pretendem fiscalizar a direção? O que podem sugerir para a boa governança?
Neste momento de crise, é imprescindível que o Vitória não recue um só metro na trilha democrática que vem abrindo passo a passo e isso passa necessariamente pela participação cada vez mais ativa dos torcedores, sem castas ou privilégios.
Todos os sócios-eleitores têm o dever de ler a minuta já apresentada para reforma do estatuto, cuja apreciação foi adiada para setembro. Então, a partir dela, procurar saber o que as chapas ao Conselho Deliberativo tem a propor diante do texto. Afinal de contas, são essas pessoas que, se eleitas, vão fiscalizar as ações da diretoria, norteadas justamente pelo estatuto.
Abra o olho desde já para qualquer proposta que deixe os gestores jogarem soltos, pois há exemplos mil, no passado e no presente, de que isso só leva o Vitória para o buraco.
Mas, uma coisa é certa: a Democracia pode tirá-lo de lá.
VIctor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados.