De olho no lar: peças de decor usadas deixam casa mais aconchegante

Garimpar objetos e mobiliários para a decoração é a moda do momento

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  • Da Redação

Publicado em 27 de março de 2021 às 16:00

- Atualizado há um ano

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A pandemia trouxe um novo olhar para casa. A necessidade do isolamento fez com que as pessoas começassem a valorizar o seu entorno, despertando uma vontade de preencher “vazios” com peças de afeto. Esse novo comportamento movimentou o comércio de usados nas redes sociais  e estimulou o garimpo com curadoria de peças de decor. Móveis, vasos, quadros, bibelôs, tudo está valendo para deixar aquele cantinho do lar mais aconchegante. “É como se as pessoas quisessem vestir a casa, comprar uma roupa  para ela”, opina Leandro Campião, dono do Laranja Vintage Brazil, negócio que ganhou fôlego na pandemia. Se vimos uma onda de brechós virtuais fazerem sucesso vendendo peças de roupas de segunda mão, agora é a vez de antiquários e lojinhas com acervo antiguinho se destacarem com sua série de desapegos. Rolou sentimento? Então, se liga nesse rolé virtual que fizemos listando endereços no Instagram que merecem ser conhecidos. (Foto: Divulgação) Pecúlia (@peculiacuradoria) 

O negócio nasceu no meio da pandemia. As donas, Geovana Cavendish e Scarlett Dantas, amigas de longa data, sempre trocaram figurinhas sobre garimpos. “Com a necessidade do isolamento, e home office, tivemos que improvisar e organizar locais apropriados para trabalho e descanso. Assim, surgiu a vontade de mudar os cômodos e os objetos em casa, foi quando começamos a garimpar pela internet”, conta a dupla. No Pecúlia, é possível descolar objetos diversos, desde um bibelô francês com temática campestre que custa R$ 45, como arrematar uma luminária  antiga, mas em pleno funcionamento, por R$ 250. Você também consegue achados raros, a exemplo de um porta cartas ou chaves, em chapa de madeira, pintado com a técnica alemã bauernmalerei.  

Laranja Vintage Brazil (@laranjavintagebrazil)

Tudo começou um pouquinho antes do coronavírus chegar, em 2019, quando Leandro Campião resolveu comprar com parcimônia algumas peças de mobiliário. Ele já tinha trabalhado em um bazar em São Paulo, famoso pelo garimpo, e também com restauração de móveis. Mas foi no isolamento que ele viu o negócio ganhar outro fôlego. “As pessoas começaram a ter um olhar mais carinhoso pela casa e sentir as reais necessidades. Sinto que houve uma valorização das pequenas coisas”, comenta. Segundo ele, foi despertado um desejo de comprar uma roupa para a casa, de dar mais cor ao lugar em que se vive. E se você curtiu a ideia, vai conferir o acervo do Laranja Brazil, onde você acha desde um garrafão amarelo ainda com CGC (R$ 90) até um clássico do mobiliário moderno, como uma poltrona Charles Eames (R$ 1.300). (Foto: Divulgação) Velharia (@velharia_)

Ana Clara Figueiredo é produtora audiovisual e desde pequena frequenta feirinhas de antiguidades. Mas foi somente na pandemia que colocou seus dotes de garimpeira em ação, quando criou a Velharia. “Vi trabalhos serem cancelados e meu salário cair pela metade. Então, botei em prática esse projeto que já tinha na cabeça”, conta. O slogan explica bem o propósito do negócio: curadoria de arte e antiquário. “O Velharia foi ganhando destaque na mídia e entre colecionadores e hoje tenho vendido mais de 90% do meu estoque”, revela. Ela posta todos os dias às 20h, sempre com uma apresentação bem pensada dos produtos, em fundos rosados e pastel. Lá, você encontra conjuntos inteiros de porcelana da década de 60, como também pode garimpar um simples bibelô. Os preços vão de R$ 20 a R$ 300. (Foto: Divulgação) Tapilogie (@tapilogie)

Turquia, Irã, Afeganistão, Paquistão e Índia. Esses são alguns dos lugares de origem dos tapetes vendidos por Mariana Wakim, gerente de produto, garimpeira e fundadora da Tapilogie. A singularidade do perfil é que todos eles são usados. “Nosso foco é em tapetes feitos à mão, com materiais naturais como lã, algodão e seda”, pontua Mariana. A Tapilogie nasceu em agosto de 2020, bem no meio da pandemia. E foi fruto do próprio aumento de interesse da proprietária pela sua casa nesse período. Confessa que não parava de buscar peças para si e essa busca culminou em um negócio. Os lançamentos semanais, entram no site (tapilogie.com) sempre às quintas-feiras às 11h. No dia anterior (às quartas) Mariana conta tudo sobre as peças através dos stories do Instagram - fotos, medidas e preços. Você pode descolar um pequeno tapete de mesa paquistanês por R$ 180, mas quanto maior ele for, maior o preço. (Foto: Ítalo Almeida/Divulgação) Bartho Brazil (@bartho_brazil)

Sempre aos sábados, às 11h. É com dia e hora marcados que a arquiteta e diretora de arte Andréia Farias posta os achados da Bartho Brazil. As vendas começaram em junho do ano passado. “Eu decidi colocar umas peças do meu acervo à venda. Como estávamos em isolamento, a ideia foi vender pelas redes sociais”, explica Andréia. Nos garimpos, ela  busca objetos de decoração e utensílios domésticos antigos, que tragam alguma memória afetiva e tenham uma funcionalidade, seja para uso diário, seja para fins estéticos. Usando sua expertise como diretora de arte, Andréia cria histórias em editoriais criativos para divulgar as peças da semana. “Parte do meu trabalho está mais voltada a dar um novo contexto para as peças, um ressignificado, ou até mesmo um novo uso”, explica. Os itens são disputados e vendem bem rápido, com clientela fiel. Os preços variam de R$ 40 até R$ 700. (Foto: Divulgação) ARKEÔ (@arkeovintage) 

O publicitário gaúcho por trás da ARKEÔ prefere se manter no anonimato. “Não me vinculo à loja considerando minha profissão, para não confundir meus interesses”, afirma. Porém, seu olhar afiado e garimpo bem feito é notório na seleção de peças, que podem ser acompanhadas por meio do perfil oficial do Instagram ou no site. A loja iniciou suas atividades em 2014, quando o proprietário decidiu vender parte de sua coleção pessoal. “Desde o primeiríssimo momento, o retorno foi excelente e mantive a marca até hoje, sempre como um projeto paralelo” nos conta o publicitário de 34 anos. O foco da ARKEÔ são objetos de design dos anos 50, 60 e 70, oferecendo peças em pré-vendas pelo Instagram. Vale à pena ficar atento nos stories para pescar novidades do acervo. O grande atrativo é o preço democrático. Você pode descolar um abajur original dos anos 60 por R$ 90, um robô de brinquedo dos anos 70 por R$ 49 e até raridades, como uma pintura do Volpi ou um desenho abstrato datado de 1934, por R$ 290.

GARIMPO MAIS PERTO

Selecionamos três perfis especializados no reuso de itens de decoração, utilitários e móveis de Salvador. Todos possuem como diferencial o preço amigo do bolso.

Brechó BonaChira (@brechobonachira)   A seleção afetiva por Lu Issa traz objetos nostálgicos como brinquedos antigos, louças, abajures, pequenos mó- veis, como cadeirinhas dos anos 40, e até um buffet da década de 1960. 

Quero Usar Decor (@querousardecor)   O forte aqui são os objetos utilitários (taças, pratos, vasos) e a mistura tanto de itens contemporâneos quanto vintage. Agrada quem curte coisas com cara da vovó ou os que procuram peças sem uso que parecem saí- das da loja.

Antiguidades Clássicas (@antiguidadesclassicas)   Se você ama um prato decorativo para a parede esse é o lugar. Possui uma variedade grande (de Limoges, na França, até do Ja- pão). Os valores são negociáveis e não intimidam, como muitos antiquários. E tem delivery.