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Vitória chegou à decisão mesmo sem seus destaques; duelo de ida é hoje, no Barradão
Vitor Villar
Publicado em 18 de outubro de 2018 às 06:00
- Atualizado há um ano
A primeira partida da final do Brasileirão sub-20 será disputada nesta quinta-feira (18), a partir das 21h30 (Sportv e ESPN Brasil transmitem), entre Vitória e Palmeiras. Mas bem que poderia ser Vitória x Vitória. Afinal, o time paulista é um projeto conduzido por mãos de ex-rubro-negros.
A começar pelo técnico. Wesley Carvalho passou 18 anos na Toca do Leão. Em 2015, virou auxiliar do profissional e, no ano passado, assumiu interinamente após a demissão de Argel Fucks. Em dois jogos, foi campeão baiano.
Como a então diretoria preferiu contratar Petkovic do que efetivá-lo, Wesley aceitou o convite para treinar o sub-20 do Palmeiras, em maio de 2017. Lá, foi interino do time profissional em julho deste ano, entre a saída de Cuca e a chegada de Felipão.
“Trabalhei lá por 18 anos e devo muito ao Vitória. Tenho muitos amigos e uma relação próxima. Fizemos dois jogos difíceis contra eles no campeonato e espero aproveitar esse conhecimento a nosso favor”, disse o treinador palmeirense.
Não é só Wesley. A comissão técnica do alviverde é toda baiana: Gilmey Aymberê, auxiliar, e Ricardo Palmeira, preparador de goleiros, também trabalharam no Vitória. Todos dirigidos por João Paulo Sampaio, que deixou a gestão da base do Leão em 2015 depois de 23 anos e passou a levar os ex-rubro-negros.
Em campo, o destaque do Palmeiras também é bem rubro-negro. O atacante Yan, de 20 anos, vice-artilheiro do Brasileiro Sub-20 com sete gols, é baiano de Salvador e foi revelado pelo Vitória. Chegou a disputar cinco partidas pelo time principal do Leão, a maioria delas na Série B de 2015. Em 2017, porém, foi cedido ao Verdão como parte do pagamento pela contratação de Cleiton Xavier.
O artilheiro do campeonato é o também palmeirense Papagaio, autor de nove gols - e sem passagem pela Toca.
Do lado de cá O técnico do Vitória é o baiano Laelson Lopes. Antes coordenador da base, ele assumiu o time interinamente em julho, quando João Burse foi alçado ao sub-23, que disputa o Brasileiro de Aspirantes.
Laelson comentou a sensação de enfrentar ex-companheiros de base rubro-negra: “São duas comissões técnicas baianas, o que mostra o bom trabalho que os baianos estão fazendo. Mas, da mesma forma que eles nos conhecem, a gente conhece como eles trabalham lá”, disse.
O feito impressiona porque o Vitória chegou à final sem alguns dos seus principais jogadores. Lucas Ribeiro, zagueiro, e Luan, atacante, estão integrados ao profissional. Cedric, lateral-direito, Farinha, volante, e o atacante Flávio estão no sub-23.
O jogador mais conhecido da torcida é o atacante Eron, um dos artilheiros da equipe no torneio sub-20, com quatro gols. Pelo Brasileiro de Aspirantes, pelo qual tem atuado mais, ele tem oito gols e é artilheiro da competição.
Quem tem jogado mais frequentemente no sub-20 e se destacado é o meia Rafael, de 19 anos. Ele divide a artilharia do time no Brasileirão com Eron, com quatro gols.
“Um garoto que trouxe do Flamengo-SP há três anos. É um meia de organização com finalização boa quando chega na área, mas a qualidade dele é mais o passe, tem muita técnica e visão de jogo. Hoje, o futebol está carente desse tipo de jogador”, explicou Carlos Anunciação, o Carlão, diretor da base do Vitória.
Para chegar à final, o Leão teve sete triunfos, um empate e quatro derrotas. Duas delas para o Palmeiras na segunda fase: 3x1 no Barradão e 2x0 no interior de São Paulo.
Com força máxima, o Vitória deve ter Lucas Willians, Wellison, Carlos Eduardo, Matheus Souza e Elivelton; Hebert, Paulo Vítor e Marco Antônio; Caíque, Eron e Rafael.
A noite no Barradão será de rodada dupla. Antes da final, o Vitória sub-17 enfrenta o Vasco, às 19h, pela Copa do Brasil. A entrada será 1 kg de alimento e o estacionamento será gratuito.