De volta ao habitat: Ibama solta cerca de 150 animais silvestres na natureza

Ação aconteceu em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, após bichos passarem por reabilitação

Publicado em 18 de março de 2020 às 05:30

- Atualizado há um ano

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. por Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Papagaios do mangue, gaviões, carcarás, cobras e outros animais silvestres ganharam liberdade na manhã desta terça-feira (17). Cerca de 150 animais foram soltos pelo Ibama em uma área de mata no município de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Os bichos soltos na natureza são provenientes de apreensões feitas durante fiscalizações do Ibama - ou seja, eram animais traficados -, mas também chegaram à unidade de conservação por meio de entregas voluntários ou por resgate.

De acordo com informações do órgão na Bahia, antes de serem soltos, os animais passam por uma reabilitação no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Esse tempo no Cetas é necessário para que eles recuperam as características de animais selvagens, para que consigam, depois de soltos, viver tranquilamente na natureza, mesmo que ainda monitorados pelo Instituto.

Segundo Alberto Santana, da superintendência do Ibama na Bahia, a soltura é uma prática constante, e é realizada tão logo os animais apresentem condições adequadas e tenham o aval dos técnicos e dos médicos veterinários. "É feito também estudo do Bioma de ocorrência dos espécimes que serão soltos, bem como avaliação nas áreas de solturas para verificar se tem condições de abrigos e de alimento para os animais", explica.

Animais como o papagio do mangue, por exemplo, chegam a ficar até dois anos em reabilitação, se for necessário. Isso porque muitos deles têm precisam reaprender a voar, a se alimentar sem auxílio humano. É importante também que, no momento da soltura, os papagaios já não falem mais. Além disso, eles precisam ter força muscular para bater as asas, já que aqueles que permanecem por muito tempo em gaiolas pequenas perdem o hábito e força necessários para o voo.

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É por isso que, durante a reabilitação, o ambiente precisa imitar ao máximo aquele que eles vão encontrar ao serem soltos na natureza: os recintos são ambientados de uma forma mais parecida como a mata, com areia, com folha seca, com tronco.

O local de sooltura, informa o Ibama, também precisa ser comum às espécies. No caso de Mata de São João, uma grande fazenda com vegetação de Mata Atlântica recebe os animais para que ele continuem o ciclo da cadeia alimentar e sua evolução. É o caso dos passarinhos, que são dispersores de sementes, e das cobras, que se alimentam de roedores e ajudam no controle ambiental.

Além dos animais soltos nesta terça-feira (17), algunas espécies de hábitos noturnos serão soltas nos próximos dias, em uma ação programada pelo Ibama. É o caso do ouriço-cacheiro e das corujas. O ouriço, inclusive, integra a lista dos animais vulneráveis ameaçados de extinção.

A ação do Ibama desta terça contou com o apoio do inspetor geral da Guarda Civil Municipal de Salvador, Alysson Carvalho, e do Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa).