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Citando Bruna Surfistinha, presidente afirmou que não se pode admitir ativismos
Publicado em 19 de julho de 2019 às 14:00
- Atualizado há um ano
A declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre o filme Bruna Surfistinha fez a atriz Deborah Secco, que protagonizou o longa, se pronunciar neste sexta-feira (19). As declarações da atriz foram feitas um dia depois de Bolsonaro afirmar que não podia admitir que, "com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surstinha".
A afirmação foi feita quando ele assinava um decreto que transferiu o Conselho Superior do Cinema, responsável pela formulação da política nacional de audiovisual, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. "Não somos contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir em respeito às famílias. É uma coisa que mudou com a chegada do governo", continuou o presidente.
Além de protagonizar o longa, dirigido por Marcus Baldini, Deborah Secco também produziu o filme. Segundo ela, para finalizar as filmagens pôs dinheiro do próprio bolso. "Fico um pouco chocada com o 'Bruna' ter sido colocado nesse lugar, porque o filme retrata uma história real não só da Raquel, mas de outras milhares de mulheres que se encontram nessa situação. O que a gente queria com o filme era debater e falar sobre como nós, como a população, lida com essa realidade", afirmou Secco em entrevista ao F5. (Foto: Divulgação) A atriz, que está em viagem de férias, disse que usar o cinema como forma de debate é um dos objetivos da arte. "A gente não pode pegar um tema que é existe, que é real –é antigo, porém muito atual–, e esconder e fingir que ele não existe", defendeu, ao dizer que espera que outros temas continuem a ser pautados. "Defendo que a gente possa, cada vez mais falar sobre diversos temas, que a gente traga para luz esses temas, porque não adianta escondê-los", completou.
Ainda segundo Deborah Secco, o filme é motivo de orgulho em sua trajetória, por ter dado a ela uma nova visão sobre a prostituiçã. "A gente queria muito que nenhuma mulher estivesse nessa situação, que nenhuma mulher tivesse que se vender para sobreviver, mas essa não é a realidade do nosso pais, então a gente precisa falar sobre isso, resolver, debater", finalizou.