'Declaro o meu amor pela Bahia', diz Alcione, no Dia do Samba

Samba toma conta das ruas de Salvador, com caminhada e shows

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  • Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2018 às 22:57

- Atualizado há um ano

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Com 67 anos, a aposentada Maria do Carmo Oliveira curtiu a Caminhada do Samba, durante a tarde deste domingo (2), no Campo Grande, e foi direto para a comemoração do Dia Nacional do Samba que teve diversos shows no Rio Vermelho. O mais esperado foi o de Alcione, a Marrom, que subiu ao palco por volta das 22h. 

Enquanto sambava, Maria do Carmo disse: “Vim ver essa homenagem maravilhosa. Curtir samba de verdade. E o melhor é poder ver tudo de graça”, comemorou ela. Alcione iniciou show com Juízo Final (Foto: Marina Silva/ CORREIO) O samba no pé e a música no gogó envolveram a todos na Praça Caramuru (estacionamento do antigo Mercado do Peixe). A assistente social Vânia Silvestre, 55, foi ao local com a família inteira: a netinha de 3 anos, Ana Beatriz, o filho e a nora. “Todos gostam de samba e eu estou trazendo minha netinha para aprender desde já”, contou a aposentada.

Mesmo com cinco picos de apagão de luz por insuficiência no gerador, uma parte do público continuou animada, fazendo roda de samba com o auxílio de um pandeiro ou cantando as músicas de Alcione no gogó.

“É a 47ª edição de comemoração do Dia do Samba. Durante todos esses anos, eu participei. Seja cantando, no início, ou na organização. Essa festa só sabe crescer. A Bahia tem uma grande importância no cenário”, disse Edil Pacheco, organizador do evento.

Feminismo Para a cantora Juliana Ribeiro, o Dia do Samba é muito especial. “Eu acredito que eu represento, e representei - principalmente na Caminhada, onde eu era a única -, as mulheres nesse lugar. Alcione, por exemplo, abriu muitos caminhos para que outras de nós pudéssemos vir”, destacou.

A animadora de festas Eloísa Maria de Jesus, 59, ganha parte de sua renda fazendo imitações de Alcione. “Eu vim, porque sou apaixonada por ela. Faço essa imitação há 20 anos. Estou muito feliz em poder vê-la”, disse Eloísa.

Alcione subiu ao palco por volta das 22h e, entre um sucesso e outro, disse:“Os meus maiores sucessos construí na Bahia. Declaro aqui o meu amor”.No meio do público que aguardou a chegada de Alcione estava Valdinéia Silva, 44, enfermeira e bombeira civil. Ela chegou às 13h30 no local e ficou até o final. "Tô aqui tomando remédio pra dor de cabeça, mas vou ficar aqui até o final. Vim por causa de Alcione. Ela merece tudo! Tava até de olho em um boyzinho, mas, com essa chuva, a minha pranchinha foi embora", brincou. Com ela, vieram a mãe, as irmãs e as sobrinhas. "A família toda veio se divertir. Mesmo com chuva e apagão, nós estamos aqui para curtir" disse ela.

Mais cedo, no Campo Grande, uma multidão acompanhou nove trios elétricos até a Praça Castro Alves. O dia 2 de dezembro foi eternalizado como Dia do Samba pela Câmara de Vereadores de Salvador em 1940. A data homenageia o compositor Ary Barroso. O dia 2 foi a data em que Barroso pisou pela primeira vez em Salvador. Ele lançou “Aquarela do Brasil” um ano antes. Foto: Marina Silva/ CORREIO