Defensoria registra 54 denúncias de intolerância política em 16 dias durante eleições

Observatório será mantido e ampliado pelas entidades

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  • Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2018 às 03:00

- Atualizado há um ano

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Em 16 dias de atividade durante as eleições deste ano, 54 denúncias foram realizadas por cidadãos ao Observatório de Intolerância Política da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) e da Defensoria Pública da União (DPU). As entidades decidiram manter o Observatório ativo por tempo indeterminado. A maioria das denúncias (55,6%) foi por ataques digitais, seguida de ofensas (27,8%) e agressões físicas (16,7%).

O Observatório foi criado para que os cidadãos denunciassem a violação do direito das pessoas em suas escolhas de voto, para mapear a intolerância política e dar assistência e encaminhamento às pessoas que sofreram algum tipo de violação desde ameaças verbais ou digitais, ataques virtuais, danos patrimoniais, violência física e até assassinato. Novas denúncias podem ser registradas no site da Defensoria: defensoria.ba.def.br.

Os defensores ainda irão dialogar com outras instituições para ampliar o Observatório com a participação de novos órgãos. Do total de casos recebido, 55% foram de mulheres, 40% homens e 5% de outros gêneros. A faixa etária que mais denunciou foi de 18 e 59 anos. Destas 90,7% residem em Salvador e 9,3% no interior (Canavieiras, São Sebastião do Passé, Barreiras, Vitória da Conquista e Valença).

A maioria das denúncias (53%) foi realizada por telefone, 35,2% através do formulário pelo site da DPE e 1,9% de forma presencial. Os dados mostram ainda 55% dos casos foram de negros e pardos e 45% de brancos. 

“Vários casos chegaram até nós, alguns simples de brigas no WhatsApp, outros mais complexos de ameaças de mortes e facadas. Agora já temos um primeiro diagnóstico. É o momento de se fazer mais fortemente educação em direitos, pois as instituições e sociedade não estavam preparadas para esse tipo de ódio que foi disseminado nestas eleições”, afirmou a coordenadora do Observatório, a defensora pública do Estado Mônica Aragão.

O defensor-chefe federal da DPU em Salvador, Bruno Lage, afirmou que a ferramenta irá acompanhar os fatos, mapear onde estão ocorrendo, quais são as principais denúncias, quem são as vítimas e, a partir disso, adotar providências de encaminhamentos, sugestões de políticas públicas e educações em direitos”.