Defesa de Lula emite nota após pedido de prisão

Advogados do ex-presidente disseram que vão tomar "todas as medidas legalmente previstas" contra decisão de Moro

Publicado em 6 de abril de 2018 às 06:57

- Atualizado há um ano

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Após o pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio da silva, a defesa de Lula emitiu uma nota na qual disse que vai tomar "todas as medidas legalmente previstas" contra a decisão do juiz Sérgio Moro. Os advogados afirmaram ainda que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar o habeas corpus preventivo do ex-presidente "viola a dignidade humana". 

Lula passou a madrugada desta sexta-feira (06) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP) e não se manifestou se vai ou não se apresentar à Polícia Federal em Curitiba. O prazo estimulado para a apresentação do ex-presidente é até às 17h de hoje (06).

Confira nota emitida pela defesa de Lula na íntegra:

Viola a dignidade da pessoa humana e outras garantias fundamentais a denegação do habeas corpus ao ex-Presidente Lula pelo STF após a maioria dos Ministros da Corte terem manifestado no Plenário entendimento favorável à interpretação da garantia da presunção de inocência (CF art. 5o, XVII) tal como defendida nessa ação constitucional. 

A defesa irá tomar todas as medidas legalmente previstas para evitar que a antecipação da pena imposta automaticamente pelo TRF4 seja executada, porque é incompatível com a Constituição Federal e com o caráter ilegal da decisão que condenou Lula por crime de corrupção baseado em “atos indeterminados” e sem a comprovação de qualquer solicitação ou recebimento de vantagem indevida. A condenação imposta a Lula desafia a jurisprudência dos Tribunais Superiores e também os precedentes das Cortes Internacionais de Direitos Humanos, seja porque baseada fundamentalmente na palavra de corréu, seja porque imposta em um processo marcado por grosseiras nulidades, seja ainda porque incompatível com a descrição legal dos crimes atribuídos ao ex-Presidente pela acusação. Por isso temos a firme expectativa de que essa condenação será revertida por um órgão justo, imparcial e independente.

Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins