Delegado Da Cunha confessa que forjou prisão de sequestrador para gravar vídeo

Afastado das ruas, policial famoso no YouTube é alvo de investigação do MP

Publicado em 23 de setembro de 2021 às 18:52

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Reprodução/Redes sociais

O delegado Carlos Alberto da Cunha, 43, conhecido como Da Cunha,  se tornou um fenômeno na internet por publicar cenas elaboradas de operações policiais e dialogar abertamente com o público. Visto como um ícone pelos seus admiradores, o policial confessou ter encenado uma das suas ações mais populares.

Durante uma live transmitida em suas redes, na noite desta quarta-feira (22), Da Cunha revela que a cena em que ele invade um cativeiro e interrompe um sequestro em julho de 2020, na favela de Nhocuné, em São Paulo, foi forjada.

Na época, a falsa operação foi publicada pelo delegado e circulou nos programas de TV de todo o país.

Ao esclarecer os fatos, Da Cunha afirmou que a sua intenção era fazer uma reprodução do ocorrido para usar como prova para o processo.

“Foi uma decisão minha, no momento. A ‘cana’ [prisão] foi dada, eu que quis novamente registrar a cana. Isso acontece muito em inquérito de homicídios, numa série de inquéritos. Eu queria, o que nós queríamos, é que a população do Brasil entendesse o que é um tribunal do crime”, contou o delegado, em trecho obtido pela Folha de S.Paulo.

Da Cunha é alvo de uma investigação do Ministério Público de São Paulo, que busca apurar se o delegado ganhou dinheiro com a divulgação das imagens das operações policiais, o que é algo irregular. 

Desde julho deste ano, o delegado está afastado das suas atribuições, sendo transferido para atividades burocráticas, e teve armas e distintivo tomados pela Polícia Civil de São Paulo.