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Médica foi absolvida pela morte de duas pessoas no júri popular em dezembro de 2018
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2019 às 14:41
- Atualizado há um ano
O julgamento que definirá se haverá ou não anulação do júri popular que absolveu a médica oftalmologista Kátia Vargas Leal Pereira da morte dos irmãos Emanuel e Emanuelle acontecerá no dia 17 de julho deste ano.
O caso voltará a ser analisado no Tribunal de Justiça (TJ-BA), dessa vez pela Seção Criminal da casa, composta por 20 desembargadores. O relator do caso é o desembargador Lourival Almeida Trindade e o revisor é Carlos Roberto Santos Araújo. Foto: Reprodução Um julgamento na Segunda Turma da Câmara Criminal do TJ-BA em agosto de 2018 decidiu anular o júri popular realizado em dezembro de 2017, que terminou com a absolvição da médica.
Em dezembro de 2017, sete pessoas consideraram que a médica é inocente e, portanto, não provocou a colisão que acabou com a morte dos irmãos, no bairro de Ondina, em Salvador. A decisão, no entanto, foi reformada por desembargadores da Segunda Turma da Câmara Criminal do TJ-BA. Agora, os 20 desembargadores da Seção Criminal decidirão se anulam, ou não, o júri popular que absolveu Kátia.
Acusação Kátia Vargas é acusada de ter matado os irmãos Emanuel, 21 anos, e Emanuelle, 23, em outubro de 2013 durante um acidente de carro, em Ondina. Em depoimento, a médica chegou a declarar que 'nunca triscou na moto dos irmãos' e que o que aconteceu foi um acidente, embora não lembre de detalhes do dia.
Um laudo feito pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), divulgado em 2017, disse que a médica estava em perseguição quando atingiu irmãos. A defesa da oftalmologista, no entanto, diz que o documento é "falho".
Apóso julgamento que absolveu Kátia Vargas, a mãe dos jovens mortos no acidente, a enfermeira Marinúbia Gomes, ficou bastante abalada. Meses depois, ela ficou esperançosa com a possibilidade de anulação do julgamento e garantiu que a perda dos filhos não ficaria impune. Foto: Reprodução Relembre o caso Os irmãos Emanuel, 21 anos, e Emanuelle, 23, morreram na manhã de 11 de outubro de 2013, depois que a moto em que eles estavam bateu em um poste em frente ao Ondina Apart Hotel. Na época, testemunhas disseram que Katia Vargas saiu com o carro da Rua Morro do Escravo Miguel, no mesmo bairro, e fechou a passagem da moto pilotada por Emanuel, que levava a irmã na garupa, no sentido Rio Vermelho.
Após uma parada no sinal, Emanuel teria protestado contra a atitude da médica, batendo com o capacete contra o capô do carro. Foi quando o sinal abriu para a moto, mas não para o carro da médica, que faria um retorno no sentido Jardim Apipema.
A médica, então, segundo as investigações, furou o sinal vermelho e acelerou o veículo em direção à motocicleta. Foi quando Emanuel perdeu o controle da direção e se chocou contra o poste, em alta velocidade. Ele e a irmã morreram na hora. Após o impacto, a médica chegou a entrar na contramão e bateu, alguns metros à frente, no portão do Ondina Apart Hotel.
Ela ficou internada no Hospital Aliança e saiu de lá direto para o Presídio Feminino de Salvador, na Mata Escura, onde ficou presa por 58 dias, até ter o alvará de soltura assinado pelo juiz Moacyr Pitta Lima, no dia 16 de dezembro de 2013.