Desfile cívico-militar de 7 de setembro reúne diferentes gerações em Salvador; veja fotos

Cerca de 3 mil militares participaram do desfile, que contou com autoridades no Centro da capital

Publicado em 7 de setembro de 2017 às 15:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

A tradição de ir anualmente até a Avenida Sete de Setembro, no Campo Grande, para prestigiar o desfile cívico-militar, tem um significado ainda maior para o aposentado José Oliveira Sousa, que completou 72 anos nesta quinta-feira (7). Ele conta que faz questão de comemorar o seu aniversário todos os anos na avenida, assistindo ao desfile. “Eu sempre chego cedo, fico na grade, e venho todo ano comemorar meu aniversário aqui”, conta.

O aposentado foi mais uma das pessoas que compareceram na comemoração do 195º aniversário da Independência do Brasil, que teve início às 9h desta quinta-feira (7), partindo do Largo do Campo Grande em direção à Praça Castro Alves, pela Avenida Sete de Setembro.

Apesar do tempo abafado e de ter que ficar em pé por cinco horas, Oliveira conta que faz questão de chegar cedo para guardar seu lugar na frente da grade. “Eu vim lá de Massaranduba de ônibus e fiquei logo aqui”, disse Oliveira, que não saiu de seu lugar enquanto o desfile não acabou.

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Reunindo cerca de 3 mil militares da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Força Aérea Militar, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, além das pessoas que desfilaram no desfile cívico por outras organizações e escolas, a solenidade foi iniciada após a tradicional revista de tropas, realizada pelo vice-almirante Almir Garnier Santos, comandante do 2º Distrito Naval, acompanhado do General de Divisão Joarez Alves Pereira Junior, comandante da 6ª Região Militar, e com o hasteamento da bandeira, realizado pelo prefeito ACM Neto (DEM), o governador em exercício João Leão (PP) e o vice-almirante da 2º Distrito Naval, Almir Garnie.

Mesmo com um cenário de crise econômica no país, a aposentada Gildete Sousa - que prefere ser chamada de Gildete Brasil -, de 68 anos, diz que a festa deve ser prestigiada. Vestida dos pés à cabeça de verde e amarelo, a aposentada conta que quando era criança desfilava nas fanfarras das escolas e que continua acompanhando o desfile todos os anos.“O povo tem que ficar alegre e prestigiar esses jovens guerreiros que serão o futuro da Nação. Eu visto a camisa mesmo. Eu amo o meu Brasil e ninguém vai bagunçar. O nosso povo é guerreiro e nós vamos sair dessa”, exclamou ela.O prefeito ACM Neto também chamou a atenção para a crise econômica e disse que a situação torna o desfile ainda “mais especial”. “Serve para reafirmar a força do nosso país. Ainda estamos vivendo a mais grave crise do país, que tem reflexos econômicos na vida das pessoas muito sérios. No entanto, o país e seu povo se mostram muito mais fortes do que os erros cometidos por seus representantes. É dia de homenagearmos todos aqueles que vêm lutando ao longo desses anos para que esse país continue forte, de celebrar o cidadão e a cidadania”, afirmou.

O evento também contou com as apresentações das viaturas militares e da cavalaria da Polícia Militar, que animaram o público presente. A tradicional “pirâmide” realizada pelo Grupo Garra-Esquadrão Águia e a demonstração dos bombeiros com água fez a festa dos que foram prestigiar o desfile.

Os olhos de Felipe, 8 anos, que sonha em fazer parte da cavalaria, brilharam com as apresentações."Eu venho todos os anos e gosto mais do grupo de combate e da cavalaria. Eu aprendi a andar de cavalo com dois anos e quero ser militar e fazer parte da cavalaria quando crescer", avisou o pequeno.Mãe de Felipe, a dona de casa Ana Scheila, 38, disse que leva o filho todos os anos para a avenida para “prestigiar o evento”, tradição herdada de sua mãe, que também a levava anualmente ao desfile.

Essa também já foi passada para Sophia Ornelas, de apenas 11 meses, que mesmo com pouca idade já estava na avenida toda vestida de verde e amarelo acompanhada de sua mãe, Marília Ornelas, 22, e de sua avó, Claudenice Aguiar, 46.

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Claudenice conta que levava Marília todos os anos ao desfile, desde que ela era pequena, e que, com o nascimento da netinha, a tradição será repassada. “Esse é só a primeira vez dela. Ela vai vir todos os anos com a gente”, afirmou a avó. Marília conta que ia todos os anos com os pais ao desfile e que, agora, levará Sophia. “Eu acho muito importante. Trouxe logo para ela conhecer”, disse.

Já os aposentados Raimundo Brito, 75, e Carmelita dos Santos, 76, preferem ir sozinhos ao desfile. Carmelita conta que prestigia o evento todos os anos para se divertir. “Eu venho apoiar o desfile e me distrair também”, explica.

Fantasiados Já Brito, que é conhecido como o “Super-homem do Bahia”, conta que vai aos desfiles com sua bandeira do Brasil como capa todos os anos.“Eu me orgulho de ser brasileiro e não posso negar o amor ao meu país. Por isso, venho todos os anos e em todos os eventos”, afirmou o aposentado.Os amigos Gustavo, 3 anos, e Rafael, 4, roubaram a cena por estarem fardados de bombeiros. Mãe de Gustavo, a funcionária pública Janaína conta que leva o filho para a avenida para estimular desde cedo o patriotismo. “Esse ano ele veio de bombeiro e ano passado ele veio de policial. Ele gosta de se vestir e a gente incentiva”, conta.

Já Rafael foi para a avenida fantasiado pela primeira vez, após gostar do amigo vestido em 2016. A enfermeira Poliana, mãe de Rafael, conta que o filho gostou tanto da fantasia do amiguinho que pediu para ir fardado neste ano junto com ele.

Mudança de ordem A assessoria de comunicação do Exército, responsável pela organização do evento este ano, informou que o desfile sofreu uma alteração logística nesta edição. O desfile dos 130 motorizados passou a vir antes das fanfarras e escolas. Antes da mudança, havia engarrafamento, causando um problema no escoamento no fim do desfile. Neste ano, com a nova disposição, o Exército diz não ter registrado esses problemas.

Procurada pelo CORREIO, a Polícia Militar da Bahia afirmou que não divulga estimativa de público.